De acordo com uma sondagem recente do ICS publicada no Expresso, nove em cada dez portugueses concorda que há uma crise da habitação em Portugal. O que impressiona não é o valor em si, que é esmagador, mas o facto da opinião ser absolutamente transversal e quase imune a diferenças de posicionamento político, rendimentos, escolaridade ou género. Mesmo entre proprietários e inquilinos a diferença, existindo, é negligenciável: 4 pontos percentuais. Numa sociedade cada vez mais polarizada, onde tudo é dividido em segmentos conflituantes, é raríssimo encontrar uma ideia tão consensual e transversal.
Exclusivo
A bomba-relógio da habitação
Nove em cada dez portugueses diz que há uma crise da habitação. Os preços subiram 19% em 2022. A escalada é global e o Canadá aprovou uma lei que impede, com muitas exceções, cidadãos estrangeiros que não residam no país de comprar casa. O BE apresentou um projeto similar. Precisamos de criar um parque público de habitação, como existe em grande parte da Europa. A habitação é o único pilar do nosso Estado Social que, tirando soluções assistencialistas, foi entregue ao mercado. Não chega.