Eu nunca aceitaria um Mundial no Catar, não faz qualquer sentido desportivo ou ambiental, ainda não vi um único jogo e não estou nada motivado, nem para os jogos da seleção, nada. Pela primeira vez na minha história sentimental, não vou seguir um Mundial ou Europeu. Também acho que a FIFA precisava de ser avaliada de alto a baixo por entidades reguladoras e judiciais. No entanto, isto não invalida um argumento racional: realizar grandes eventos em regimes fechados pode ter um efeito positivo, pode propiciar a abertura e um respeito superior pelos direitos humanos. É preciso pensar antes de sentir. E o coro de indignação que estamos a ouvir abandona mais uma vez a razão no altar da emoção fácil e partilhável num mural de facebook.
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Boicotar o Catar é voltar ao eixo do mal de Bush
As sanções moralistas e o isolamento que evitam qualquer contacto ou eventos nesses países (Irão, Cuba, Coreia do Norte) têm o efeito contrário ao pretendido: reforçam o poder das elites ditatoriais que violam os direitos humanos. Neste sentido, boicotar o Catar é voltar ao idealismo infantil do “eixo do mal” de George W. Bush