O debate sobre as pessoas transexuais ou transgénero foi colocado num território inaceitável, porque não estamos a debater as liberdades civis — o único debate admissível. Para mim, é claro que uma pessoa que mudou de sexo deve ter todos os direitos: pode mudar de sexo quando for maior de idade, pode casar, pode adotar crianças. Se o debate estivesse nestes termos, eu estaria a criticar cavalheiros como o famoso pai de Famalicão, isto é, estaria a criticar os sectores da sociedade que recusam aceitar a transexualidade da mesma forma que não aceitavam (e não aceitam) a homossexualidade. Tal como escrevi num ensaio sobre uma famosa transexual espanhola, La Veneno, a neurodivergência deve ser compreendida, acarinhada e incorporada no pluralismo da sociedade liberal.
Exclusivo
O pós-verdade é só dos outros?
O feminismo e o movimento homossexual lutaram para conquistar as suas liberdades cívicas, que estavam a ser negadas. O movimento transgénero, até ver, está a lutar para ter o direito de cancelar a liberdade dos outros