A morte, que ora chegou, não foi para ele surpresa nem novidade, posto que já tinha sido enterrado vivo, e por duas vezes, nos tempos idos da guerra civil, conflito que fez mais de 50 mil vítimas e cujas feridas ainda hoje dilaceram uma república que sempre foi, acima de tudo, mártir de si mesma. As torturas e o exílio de que então foi alvo, a sua deportação para a infame ilha de Makrónisos, usada como prisão política de 1920 a 1974, constituíram tão-só episódios esparsos de uma intensíssima carreira militante, a qual não o impediu de legar ao mundo obra bem vasta, sendo-lhe creditada a autoria de mais de um milhar de músicas, muitas delas celebérrimas, quase lendárias, com destaque para “Dança Syrtaki”, da banda sonora de “Zorba”, o hino não-oficial da moderna Grécia.

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