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Opinião

A televisão pública de Boaventura

Uma das perguntas mais difíceis de responder, do meu ponto de vista, é para que serve a televisão pública. Defendendo eu a sua existência, prefiro dizer para que não serve, e como alguns próceres da esquerda olham para a sua necessidade

Boaventura Sousa Santos é um eminente académico e faz gala em apresentar-se como tal. Já professor emérito, porque a idade não perdoa, diretor (também emérito) do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, durante anos um dos mais apoiados pelos dinheiros públicos da FCT, é o que se pode considerar ‘traficante de ideias’. No sentido em que absorve o que de pior há nos EUA (onde também deu aulas), como a ‘cancel culture’ ou o ‘wokism’, e o traz para Portugal. Esta afirmação corre o risco de ser falsa, porque na realidade pode ser o próprio prof. Boaventura a criar aquelas ideias nos EUA, de tal modo lhe são gratas.

Boaventura (o nome é ternurento) não faz mal a ninguém, salvo no plano das ideias. É um homem que se afirma democrata e pluralista, mas mete travões nessa deriva, porque não pode admitir tudo. Nesse aspeto é um Salazar do avesso – encontrando-se ambos no ódio ao mercado, ao capitalismo e à liberdade livre.