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Opinião

Nós e os outros

Após o exaltado debate sobre o racismo — note-se que muitos jovens com ascendência africana são tão portugueses quanto eu — penso que é útil ouvir a voz de Pêro Vaz de Caminha

Quando tiveram de enfrentar os persas, os gregos antigos descreveram-nos como “barbaroi”, ou seja, como seres incapazes de se comportarem de acordo com as suas próprias leis. Não foram apenas eles a assim olharem os estrangeiros. O retrato estereotipado do ‘outro’ tornou-se um passatempo vulgar, repetido pela escolástica medieval e, depois, adoptado pelos filósofos do Renascimento, obcecados com o apogeu e o declínio dos impérios e das nações. Após o Iluminismo do século XVIII, quando os philosophes passaram a defender a ideia de uma humanidade universal, a visão caiu em desuso mas nunca desapareceu.

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