Longevidade

Doenças neurodegenerativas atingem mais de 3 mil milhões de pessoas em todo o mundo

Os dados mais recentes da OMS mostram que, na última década, as doenças neurológicas aumentaram em 18% as mortes prematuras e as incapacidades físicas e psicológicas. Só em Portugal há mais de 150 mil pessoas afetadas por algum tipo de demência, com o Alzheimer a representar entre 60 a 70% dos diagnósticos.

Marta Tuna

Sem causa aparente, mas com consequências altamente incapacitantes, as doenças neurodegenerativas, que condicionam o funcionamento do cérebro afetam mais de 3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, segundo os dados mais recentes publicados na revista científica The Lancet.

Na lista das mais de 600 condições que afetam os neurónios humanos, o Parkinson e a doença de Alzheimer são as mais comuns. Estas doenças são causas diretas do aumento de mortalidade e da diminuição dos anos de vida saudáveis, como explica Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, que acrescenta que nestes casos os "doentes morrem mais cedo (...) e para além disso podem viver anos, às vezes muitos anos, em situação de grande dependência".

Os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde mostram que na última década as doenças neurológicas aumentaram em 18% as mortes prematuras e as incapacidades físicas e psicológicas. Apesar de as causas serem ainda desconhecidas, os hábitos saudáveis são para os especialistas a maior chave no combate à neurodegeneração. "Sabemos que hoje em dia a atividade física, mais do que reduzir fatores de risco vasculares, provavelmente, mesmo no caso da doença de Parkinson pode ser neuroprotetora, ou seja, a velocidade de progressão da doença diminui", explica o médico neurologista, Marcelo Mendonça.

A progressão destas doenças é muitas vezes lenta e altamente condicionante, podendo representar custos que ultrapassam os 1600 euros por família. Apesar do elevado número de casos, gastos avultados com tratamento e investigação, ainda não existe uma cura, apenas uma "centelha de esperança", como refere Leonor Beleza, quando analisa o avanço na investigação deste campo. Ainda assim, Marcelo Mendonça concorda que a investigação nesta área é "um campo quente", mas as descobertas farmacológicas têm muitos efeitos secundários e, por isso, defende que "a estimulação cerebral, as intervenções de atividade física, provavelmente têm um efeito maior e são mais seguras".

A par do aumento da esperança média de vida, o número de diagnósticos de doenças neurodegenerativas também tem aumentado. Só em Portugal há mais de 150 mil pessoas afetadas por algum tipo de demência, com o Alzheimer a representar entre 60 a 70% dos diagnósticos.

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