Médio Oriente

Portugal reconhece Estado da Palestina, Rangel pede paz: “Exortamos do fundo, do fundo dos nossos corações que cessem todas as hostilidades”

Ministro dos Negócios Estrangeiros reconheceu nas Nações Unidas a existência de um Estado palestiniano. Paulo Rangel tentou apaziguar Israel, exigindo “a libertação de todos os reféns, incluindo nacionais”

Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros
FILIPE AMORIM/EPA

Portugal reconheceu este domingo formalmente o Estado da Palestina, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em Nova Iorque, na representação permanente de Portugal nas Nações Unidas.

“Hoje, dia 21 de setembro de 2025, o Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.

Num discurso bastante trabalhado, Rangel tentou apaziguar Israel, sublinhando que Portugal só reconhece o Estado palestiniano “depois de outros países aliados o terem feito” e enfatizando que a Autoridade Palestiniana “reconhece a existência de Israel”.

O ministro disse ainda que “neste dia em que Portugal reconhece o Estado da Palestina e em que reafirma a sua vontade de fortalecer as profundas e antigas relações de amizade do povo português com o povo israelita e as renovadas e auspiciosas relações de amizade com o povo palestiniano, exortamos, do fundo, do fundo dos nossos corações, a que cessem todas as hostilidades, a que se dê uma oportunidade ao restabelecimento da ajuda humanitária, a que se abra uma fresta de luz para a paz”.

Apesar da tentativa de não hostilizar Israel, Rangel não deixou de considerar que a resposta do Governo de Benjamin Netanyahu ao ataque terrorista do Hamas é “manifestamente desproporcional” e que este reconhecimento “não apaga a catástrofe humanitária que se vive na Faixa de Gaza”.

O primeiro-ministro israelita já disse que o Estado da Palestina “não vai acontecer”.

Portugal juntou-se assim ao Reino Unido, Canadá e Austrália, que comunicaram essa decisão ao início da tarde deste domingo, tornando-se o 13º país da União Europeia a reconhecer o Estado palestiniano.