O gabinete do procurador de Paris recomendou esta sexta-feira que Marine Le Pen e 23 outros membros do seu partido, a Frente Nacional, sejam julgados por alegado uso indevido de fundos europeus.

Segundo o jornal “The Guardian”, o pedido surge na sequência de uma investigação de sete anos ao partido da extrema-direita francês. Em causa está a acusação de que a Frente Nacional redirecionou o dinheiro destinado a pagar gastos com pessoal no Parlamento Europeu para o partido entre 2004 e 2016.

Os eurodeputados recebem fundos europeus para cobrir as suas despesas, incluindo viagens e salários de assistentes. Este dinheiro não pode, segundo as regras da UE, ser utilizado para cobrir despesas com outras atividades do partido.

Entre os envolvidos no caso estão o ex-líder do partido entretanto afastado pela filha, Jean-Marie Le Pen, e 13 assistentes parlamentares.

Num comunicado enviado à Reuters, o partido nega qualquer ato ilícito. “Contestamos esta posição, que parece ser uma interpretação errónea do trabalho dos deputados e assistentes da oposição, que é acima de tudo partidária”.

A decisão para avançar com o julgamento depende agora dos juízes que vão analisar o processo. Segundo o procurador, caso seja condenada, Le Pen pode enfrentar uma pena de até dez anos de prisão, uma multa de um milhão de euros e ficar impedida de ocupar cargos públicos durante uma década.