A mais do que provável aprovação da Lei de Amnistia no Parlamento espanhol, esta terça-feira, não porá fim à polarização da vida política nacional gerada pela iniciativa legislativa mais importante da legislatura. Dependem dela, em boa medida, a continuidade da atual coligação de Governo — entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda), de Pedro Sánchez, e a frente de esquerda radical Somar, apoiados no Congressos dos Deputados por forças nacionalistas e regionalistas — e a estratégia da oposição, apostada em fazer cair o “pior primeiro-ministro da História”, na apreciação de Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP, centro-direita). Os cálculos preveem que a lei obtenha 178 votos favoráveis, mais dois do que o limiar da maioria absoluta.
A amnistia era uma das exigências formuladas pelos partidos independentistas catalães representados no Congresso, sobretudo o Juntos pela Catalunha (JxC, direita separatista), para dar sustento ao Governo central. Das legislativas de julho passado resultou um panorama arrevesado e diabólico, em que os votos catalães se tornaram imprescindíveis para o Executivo.