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Espanha

Novo Governo de Pedro Sánchez: “alto perfil político e acentuada tónica feminista”

Primeiro-ministro socialista confirma Félix Bolaños como homem forte do novo Executivo, mas acumulação das pastas da Presidência e da Justiça motiva acusações de politização do poder judicial. Há mais mulheres do que homens e cinco pastas vão para a frente de esquerda radical Somar, que ocupa por completo o espaço que era anteriormente do Podemos

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, com o seu camarada Félix Bolaños, homem forte do novo Governo
JAVIER SORIANO/AFP/Getty Images

“Espanha está mais forte do que há cinco anos”, assegurou com grande convicção o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez (51 anos), que chegou ao poder em 2018. Acabava de apresentar a sua nova equipa ministerial, após ter obtido, na semana passada, a confiança do Parlamento com maioria absoluta. O governante socialista formou um Executivo “de alto perfil político e marcada tónica feminista”, adequado à difícil legislatura em curso. Os seus integrantes tomam posse terça-feira, dia em que se celebra o primeiro Conselho de Ministros.

Antes de Sánchez anunciar à comunicação social a composição do Governo, foram sido revelados pormenores da estrutura do Executivo e nomes de quem o compõe. Soube-se que continua a haver 22 ministérios, contrariando previsões de emagrecimento da equipa. Esta tem mais mulheres (12) do que homens (10). María Jesús Montero, de novo titular das Finanças, junta-se ao grupo de quatro vice-primeiras-ministras muito próximas de Sánchez: Nadia Calviño (Economia), Yolanda Díaz (Trabalho) e Teresa Ribera (Transição Ecológica). Calviño poderá ter de deixar o Executivo em breve, se conseguir ser eleita presidente do Banco Europeu de Investimentos (BEI).

Sánchez corrobora Félix Bolaños como “homem forte” da equipa. O artífice dos acordos com os partidos políticos que permitiram a sua investidura no Congresso dos Deputados é pessoa da máxima confiança do primeiro-ministro, a quem acompanha desde os primeiros passos na política nacional. Bolaños, até agora ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, junta a essas a tutela da Justiça.