Já aliviado de obrigações protocolares, o flamejante presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez (51 anos) entrega-se à próxima tarefa de relevância, que é a de formar Governo. Depois do árduo esforço, dele e dos seus colaboradores mais próximos, para somar os apoios necessários a ser investido por maioria absoluta no Parlamento, nesta mesma manhã o Boletim Oficial do Estado tornou oficial a sua nomeação e Sánchez ajuramentou o seu cargo perante o chefe do Estado, o Rei Felipe VI, e as máximas autoridades institucionais da nação, num ato revestido da maior solenidade. O presidente não tem nenhum prazo legal imposto para a formação do seu gabinete de ministros, mas todas as fontes consultadas indicam que Sánchez a resolverá em breve, numa questão de poucas horas ou dias.
Mas não houve tempo para descanso. Enquanto se continuam a produzir reações de todo o tipo às concessões que o chefe do Executivo outorgou aos grupos independentistas catalães em troca de receber os votos afirmativos destes para a sua investidura, no já suficientemente agitado panorama político irrompeu um quase olvidado ruído de sabres: meia centena de altas patentes militares aposentados difundiram um manifesto de repúdio à futura lei de amnistia, no qual, entre outras coisas, se incitam os companheiros no ativo a destituir o recém-promovido presidente do Governo, o que na prática equivale a propor um levantamento militar, um golpe de Estado.