O atraso na assinatura do pacto entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) e o partido Juntos pela Catalunha (JxC, centro-direita independentista) para permitir a investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro está a alimentar a pressão em todas as frentes. Enquanto dirigentes do JxC, mormente o fugitivo Carles Puigdemont, mostram em Waterloo (Bélgica) que não têm a menor pressa por concluir o acordo, os opositores das cedências previstas, entre eles uma vasta amnistia, são cada vez mais numerosos e ativos.
Nas últimas horas, o órgão de administração dos juízes, a principal associação de magistrados e alguns bispos exprimiram-se em termos muito duros contra os planos governamentais de amnistiar, em prol da convivência na Catalunha, os principais envolvidos nos processos judiciais subsequentes aos acontecimentos de outubro de 2017. Após um referendo declarado ilegal, Puigdemont, então presidente do governo autonómico, declarou a independência da Catalunha de forma unilateral, embora tenha anulado os efeitos da medida segundos depois.