O exemplo de Jorge Mario Bergoglio poderá inspirar outros dirigentes mundiais. Esta ideia é veiculada por Michael W. Higgins, seu biógrafo, que fala da habilidade do Papa jesuíta para criar diálogo. “Não importa quão terrível seja a situação, ou quão desigual seja a balança moral — mesmo quando é evidente que não há equivalência moral —, se não se sentarem à mesa, não haverá paz”, afirma Higgins.
Nesta entrevista ao Expresso, o autor da biografia “The Jesuit Disruptor: A Personal Portrait of Pope Francis” [“O Disruptor Jesuíta: Um Retrato Pessoal do Papa Francisco”, em tradução livre] conta que a viagem a Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventude de 2023, foi um momento de “triunfo pessoal” para Bergoglio. O que retirou dessa visita explica a essência que quis manter durante o seu papado. Esse espírito, afirma o escritor canadiano, investigador do pensamento católico contemporâneo, não poderá ser suprimido pela Igreja Católica, venha quem vier em seguida.