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“Em Lisboa, o Papa viveu um momento de triunfo, conseguindo conectar-se com uma sociedade mais secularizada”, diz biógrafo de Francisco

Michael W. Higgins, investigador do pensamento católico contemporâneo no St. Michael’s College da Universidade de Toronto e autor de uma biografia do Papa Francisco, garante que “a Igreja Católica ultrapassou um certo limiar com Francisco, e não vai voltar atrás”. Como prometia a escolha do nome papal, que quebrava barreiras e tradições, a mudança começou com o cardeal de Buenos Aires

Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, agosto de 2023
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O exemplo de Jorge Mario Bergoglio poderá inspirar outros dirigentes mundiais. Esta ideia é veiculada por Michael W. Higgins, seu biógrafo, que fala da habilidade do Papa jesuíta para criar diálogo. “Não importa quão terrível seja a situação, ou quão desigual seja a balança moral — mesmo quando é evidente que não há equivalência moral —, se não se sentarem à mesa, não haverá paz”, afirma Higgins.

Nesta entrevista ao Expresso, o autor da biografia “The Jesuit Disruptor: A Personal Portrait of Pope Francis” [“O Disruptor Jesuíta: Um Retrato Pessoal do Papa Francisco”, em tradução livre] conta que a viagem a Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventude de 2023, foi um momento de “triunfo pessoal” para Bergoglio. O que retirou dessa visita explica a essência que quis manter durante o seu papado. Esse espírito, afirma o escritor canadiano, investigador do pensamento católico contemporâneo, não poderá ser suprimido pela Igreja Católica, venha quem vier em seguida.