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O fim de Boris Johnson? “Independentemente do quão genial possa ser a usar palavras, as pessoas já não acreditam no que sai da sua boca”

Nunca há bem um fim para um homem que, desde criança, deseja ser “rei do mundo”, mas desta vez Boris Johnson pode mesmo ter de passar um tempo ao relento político. Uma ala do Partido Conservador já perdeu a paciência, outra acha melhor deixar o legado da pandemia afundar-se com o próprio Johnson, e apenas franjas sonham com o seu regresso. Um dia, todos os mitos têm de enfrentar a realidade — e o ex-primeiro-ministro britânico que fez do Brexit uma realidade “saltou antes de ser empurrado”

Enquanto Boris Johnson depunha no comité parlamentar, críticos manifestavam-se à porta do Parlamento acusando-o de ser mentiroso
ADRIAN DENNIS/Getty Images

Eram mais ou menos 10h manhã de terça-feira passada quando um grupo de sete deputados, quatro deles do Partido Conservador, se reuniu, em segredo, num escritório banal de Westminster para decidir o futuro de Boris Johnson. O antigo primeiro-ministro (2019-22) ainda não o sabia, mas ficou a saber pouco depois.

Estas sete pessoas haviam passado os últimos meses a tentar encontrar provas que confirmassem ou desacreditassem a tese de que o ex-chefe de Governo no Reino Unido mentira ao Parlamento ao negar ter conhecimento das festas que ocorreram na sua residência oficial durante os períodos mais severos da pandemia, quando milhares de britânicos estavam fechados em casa, proibidos, como em grande da Europa, de visitar até os seus familiares internados.