Se a adesão da Suécia e Finlândia à Nato já estava difícil, ficou ainda mais longínqua depois de duas manifestações em Estocolmo, sábado passado, terem enfurecido os turcos. Primeiro, uma concentração de curdos no centro da capital sueca tinha no palco principal uma grande tarja dizendo “Somos todos PKK”. É a sigla do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, formação separatista curda que a UE, a NATO e os Estados Unidos rotulam de organização terrorista, e que luta há 45 anos contra o Estado turco, num conflito que já vitimou 40 mil pessoas.
Mais tarde, diante da embaixada turca em Estocolmo, um pequeno grupo de militantes de um partido dinamarquês de extrema-direita, Stram Kurs (Linha Dura), liderado por Rasmus Paludan — que tem dupla nacionalidade dinamarquesa e sueca —, queimou uma cópia do Corão, numa iniciativa que indignou a nação turca.