“A Turquia confirma que fizemos o que o prometemos, mas também diz que quer coisas que não podemos fazer, e que não faremos.” O desabafo foi do primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, que assim confessou não saber que mais fazer para desbloquear o veto turco à adesão do seu país e da Finlândia à NATO.
Há muito que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa a Suécia e outros países europeus de receberem e protegerem terroristas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, separatista, considerado um grupo terrorista pela NATO, UE e Washington), e membros da seita religiosa gulenista (seguidora do clérigo Fetullah Gulen) que organizou o falhado golpe de estado de 2016. O pedido de adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica, desencadeado pela invasão russa da Ucrânia, quebrou décadas de não intervenção e neutralidade escandinavas, dando a Erdogan uma carta valiosa e a possibilidade de mudar o que Ancara considera há anos uma traição inaceitável dos seus aliados europeus.