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Internacional

Peru: a jornada sangrenta que ninguém entende

Confrontos no sul do país causaram mortes. Habitantes locais aferram-se ao Presidente destituído Pedro Castillo e acusam a atual titular, Dina Boluarte, de não querer saber da sua sorte

Funeral de vítimas dos confrontos entre manifestantes e polícia em Juliaca
JUAN CARLOS CISNEROS/AFP/Getty Images

Juanjo Fernández

São reveladoras as primeiras declarações da Presidente peruana após conhecer-se um elevado número de mortes em protestos nas imediações do aeroporto de Juliaca, na região de Puno: “Erguem-se em protesto porquê? Não se compreende que pedem. O que estão a pedir é um pretexto para continuarem a gerar o caos nas cidades.”

A contagem de vítimas dos incidentes perto do aeroporto de Juliaca, no sul do Peru, vai em 17. Há ainda 38 feridos, informa o Ministério da Saúde peruano, na maior parte por impacto de bala. Outras fontes referem mais de 100. Os confrontos começaram no sábado, 7 de janeiro, e tiveram o sangrento auge a partir das 14h de segunda-feira, dia 9.

Os primeiros choques entre manifestantes e polícia deixaram ferido numa perna o fotógrafo Aldair Mejía, da agência de notícias espanhola EFE, atingido por bala de borracha. Após comunicados com queixas de associações seguiram-se às informações que vinham de Juliaca, sobretudo nas redes sociais.