A Comissão Europeia propôs uma suspensão de 65%, no valor de 7,5 mil milhões de euros, dos fundos comunitários à Hungria pelas violações do Estado de direito, foi anunciado este domingo. Mas aquele país confia que as negociações estão no bom caminho para evitar o corte.
“A Comissão propôs ao Conselho [da UE] a suspensão de 65% dos compromissos para três programas operacionais no âmbito da política de coesão, num valor estimado em 7,5 mil milhões de euros, o que é cerca de um terço do envelope da política de coesão para a Hungria”, anunciou o comissário para o Orçamento e Administração, Johannes Hahn, em conferência de imprensa.
Budapeste está também impedida de assumir compromissos jurídicos com os fundos de interesse público para programas implementados em gestão direta e indireta. O governo da Hungria considera, no entanto, que as negociações com a Comissão Europeia para evitar que a proposta do corte de 65% nos fundos de coesão por problemas de corrupção podem evitar o corte.
“Avançamos no bom caminho, continuamos o trabalho”, disse, na sua conta na rede social Facebook, a ministra da Justiça húngara, Judit Varga, salientando que “em muitos aspetos têm sido alcançados resultados positivos”.
Adotado em 2021, o regulamento relativo à condicionalidade prevê que, no caso de as violações do Estado de direito num determinado Estado-membro e em situações que afetam os interesses financeiros da UE, a Comissão possa propor ao Conselho da UE a adoção de medidas adequadas e proporcionadas, como a suspensão de verbas, cabendo aos Estados-membros tomar uma decisão final.
O Colégio de Comissários reuniu-se hoje, extraordinariamente, devido aos compromissos externos assumidos pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.