Matteo Salvini, candidato do partido de extrema-direita Lega a primeiro-ministro italiano, nas eleições agendadas para 25 de setembro, disse este domingo que o Ocidente deve retirar as sanções impostas à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.
As declarações foram feitas numa rádio local - RTL - e Salvini justificou a afirmação ao dizer que os cofres russos continuam cheios e o resto da Europa sofre com contas cada vez mais altas.
“Vários meses passaram e as pessoas estão a pagar duas, três, até quatro vezes mais pelas suas contas. E, após sete meses, a guerra continua e os cofres da Federação Russa enchem-se de dinheiro”, declarou durante a emissão da RTL.
Mais tarde, durante uma conferência de imprensa, comparou as medidas tomadas durante a guerra com aquelas que surgiram durante a pandemia: "Precisamos de um escudo europeu para proteger empresas e famílias, como durante a pandemia da COVID-19".
“Se queremos seguir em frente com as sanções, podemos fazê-lo, para proteger a Ucrânia - mas eu não quero que isso signifique que em vez de prejudicar os sancionados, nos prejudiquemos a nós”, acrescentou.
Matteo Salvini e Giorgia Meloni, líder do Irmãos de Itália, outro partido italiano de extrema-direita, anunciaram na terça-feira uma reconciliação, com o ex-vice-primeiro-ministro e ministro do Interior a sugerir "deixar as divisões, raivas e polémicas para a esquerda".
As sondagens mostram que uma coligação de direita entre os dois candidatos tem fortes possibilidades de triunfar nas eleições gerais marcadas para 25 de setembro.
Numa pesquisa divulgada na sexta-feira, os Irmãos de Itália tinham 24,5% das intenções de voto e a Liga 12%. Por sua vez, o Partido Democrático (esquerda) está nos 21,8% e o Movimento 5 Estrelas (populista), o partido mais votado nas anteriores eleições, em 2018, sobe para 13%, ultrapassando a Liga.