Mais de duas dezenas de aviões de combate chineses terão violado esta quinta-feira a zona de defesa aérea taiwanesa, afirmou o Ministério da Defesa de Taiwan, território que enfrenta represálias de Pequim devido à visita da representante norte-americana Nancy Pelosi. Os aviões de guerra chineses foram detetados em incursões breves no espaço aéreo pelos sistemas de defesa antiaérea taiwanesa.
O Japão alega que cinco mísseis balísticos chineses terão atingido a sua zona económica exclusiva e que quatro terão sobrevoado território de Taiwan. Tóquio pede o fim das manobras militares chinesas em torno de Taiwan e reclamou junto da China através dos canais diplomáticos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi, disse aos jornalistas que "as ações da China têm um grave impacto na paz e na estabilidade da região". Falando em Phnom Penh, no Camboja, onde participa numa reunião da associação ASEAN, que junta os países do sudeste asiático, o ministro salientou que é a primeira vez que mísseis chineses atingem águas japonesas e pediu "o fim imediato destas manobras militares".
As manobras militares chinesas surgem em resposta à visita a Taiwan da líder da Câmara dos Representantes norte-americana (câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos), Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação. O Governo chinês respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan. Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
O início das manobras militares da China levou o Ministério da Defesa de Taiwan a afirmar que se está a preparar para a guerra. Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do partido Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.