O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que um segundo ataque militar dos Estados Unidos visou “narcoterroristas” da Venezuela em águas internacionais, fazendo três mortos.
“O ataque ocorreu enquanto estes confirmados narcoterroristas da Venezuela se encontravam em águas internacionais a transportar narcóticos ilegais (UMA ARMA MORTAL QUE ENVENENA AMERICANOS!) com destino aos Estados Unidos”, afirmou Trump na sua rede social, a Truth Social.
O Presidente norte-americano confirmou a morte de “três terroristas” neste segundo ataque, que ordenou pessoalmente, das forças destacadas na região do Caribe contra alegados “cartéis de narcotráfico e narcoterroristas extraordinariamente violentos”, na “área de responsabilidade do SOUTHCOM”, o comando militar norte-americano para a América do Sul.
“Estes cartéis de tráfico de droga extremamente violentos REPRESENTAM UMA AMEAÇA à Segurança Nacional, à Política Externa e aos interesses vitais dos EUA”, frisou.
Sob pretexto de combater o narcotráfico, nas últimas semanas os Estados Unidos enviaram para perto da costa venezuelana oito navios de guerra com mísseis e um submarino nuclear, apoiados por um total de 4000 militares.
No último dos anúncios de destacamento de meios, Washington deu conta do reforço da presença militar na região com o envio de dez caças furtivos F-35 para Porto Rico.
Na semana passada, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um “barco que transportava drogas”, matando 11 “narcoterroristas”.
Trump identificou os mortos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista.
Washington acusa o Presidente venezuelano de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou para 50 milhões de dólares a recompensa pela sua captura.
Na publicação de hoje, Trump afirma que nenhum militar norte-americano foi ferido no ataque e deixou um aviso contra grupos envolvidos no narcotráfico.
“ATENÇÃO – SE ESTÁ A TRANSPORTAR DROGAS QUE PODEM MATAR AMERICANOS, ESTAMOS A DAR-LHE CAÇA!”, sublinhou Trump.
“As atividades ilícitas destes cartéis têm causado CONSEQUÊNCIAS DEVASTADORAS NAS COMUNIDADES AMERICANAS HÁ DÉCADAS, matando milhões de cidadãos americanos. NUNCA MAIS”, adiantou.
Horas antes da publicação de Trump, em Caracas o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, referiu-se ainda à abordagem por um “grupo de 18 fuzileiros fortemente armado“ de uma embarcação venezuelana que, afirmou, estavam a pescar em “águas sob jurisdição venezuelana”.
Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido Presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras.
Na sexta-feira à noite, durante uma cerimónia televisiva perante os jovens do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Maduro anunciou uma chamada aos quartéis “para receber formação e aprender nos campos de tiro a atirar em defesa da pátria”.
“A Venezuela está a exercer o seu legítimo direito de defesa, e nós estamos a exercê-lo plenamente. Não é uma forma de tensão, é uma agressão em grande escala, uma agressão judicial quando nos criminalizam, uma agressão política com as suas declarações ameaçadoras diárias, uma agressão diplomática e uma agressão militar contínua”, disse Maduro numa conferência de imprensa internacional em Caracas.