A China acusou esta segunda-feira os Estados Unidos de "ameaçar a paz e a segurança regionais" nas Caraíbas, depois de a Venezuela denunciar que um contratorpedeiro norte-americano "abordou ilegalmente" e ocupou durante oito horas um barco pesqueiro venezuelano.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian declarou em conferência de imprensa que o comportamento dos Estados Unidos "viola gravemente a soberania, a segurança e os direitos e interesses legítimos de outros países, além de violar o direito internacional".
Lin exortou os EUA a "não usar a luta contra o narcotráfico como desculpa para minar a segurança económica de todos os países e as liberdades e direitos que gozam ao abrigo do direito internacional".
"A China apoia firmemente o reforço da cooperação internacional para combater a criminalidade transfronteiriça, opõe-se ao uso unilateral e excessivo da força e opõe-se à ingerência externa nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto", acrescentou o porta-voz.
O Governo da Venezuela assegurou neste sábado que um contratorpedeiro dos Estados Unidos abordou de forma ilegal e ocupou durante oito horas um barco venezuelano com "nove pescadores" que estavam - sublinhou - em águas do país sul-americano, tudo isto, segundo Caracas, com a intenção de justificar "uma escalada bélica" no Caribe.
Os ocupantes, segundo as autoridades venezuelanas, eram "humildes pescadores de atum, que navegavam a 48 milhas náuticas da Ilha de La Blanquilla, em águas pertencentes à Zona Económica Exclusiva (ZEE) venezuelana".
Para o Executivo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, este incidente "reflete a conduta vergonhosa de setores políticos em Washington que, de forma irresponsável, comprometem recursos militares de altíssimo custo e soldados treinados como instrumentos para fabricar pretextos para aventuras bélicas".
Os Estados Unidos mantêm destacados perto da costa venezuelana oito navios militares com mísseis e um submarino de propulsão nuclear e ordenaram o envio de dez caças F-35 para uma base aérea em Porto Rico, o que a Venezuela acusa de ser uma tentativa de promover uma "mudança de regime".
O governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, acusa Maduro de liderar o chamado Cartel dos Sóis, apontado pelos EUA como uma organização terrorista ligada ao narcotráfico.