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Presidência francesa da UE: Macron entre os comandos da UE e as chaves do Eliseu

A presidência francesa da União Europeia arranca no primeiro dia de janeiro. Um dois em um para o Presidente Emmanuel Macron, que quer mostrar trabalho e ambição no plano europeu enquanto enfrenta eleições em casa

Presidente francês Emmanuel Macron
John Thys/REUTERS

É a oportunidade para o Presidente francês mostrar internamente que França não perdeu peso nem posição de comando no seio da União Europeia e que é capaz de fazer avançar dossiers nos quais tem interesse. Um arranque de presidência europeia bem sucedida pode ser usada a seu favor nas eleições de abril, contra o discurso eurocético da extrema-direita e de dois dos candidatos que lhe podem fazer frente na segunda volta: Marine Le Pen e Eric Zemmour.

Não haverá, no entanto, milagres, nem é de esperar grandes mudanças no plano europeu. Do ponto de vista institucional, será uma "presidência relativamente clássica", diz o professor da Universidade Católica de Lille (ESPOL), Thierry Chopin. França terá de conduzir o trabalho legislativo do Conselho da UE, como qualquer outro país o faria. Já no plano político, existe um fator diferenciador: França ainda é um "grande país fundador", que mesmo quando não tem a presidência rotativa "procura tradicionalmente tomar a iniciativa" e isso pode "enriquecer o debate" europeu, num contexto de uma pandemia que se mantém há quase dois anos, mas também de tensão geopolítica e de crise energética.