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“Prefiro morrer a render-me”: o guerrilheiro afegão que domina a única província sem controlo talibã (entrevista de Henri Lévy)

O filósofo e ativista francês Bernard-Henri Lévy entrevistou o guerrilheiro afegão que controla a única das 34 províncias afegãs que não é dominada pelos talibãs. Há razões históricas e uma geografia muito específica que explicam o segredo desta resistência no Vale de Panjshir

Ahmad Massoud com o autor e os seus soldados em setembro de 2020, perto de Jangalak, nas montanhas
Marc Roussel

Bernard-Henri Lévy

Esta entrevista teve lugar na noite de 21 de agosto, por telefone. Ahmad Massoud, filho e sucessor do lendário comandante Ahmad Shah Massoud, está entrincheirado no Panjshir, de onde, algumas horas antes, quando Cabul acabara de cair, lançou um vibrante apelo à resistência. Está isolado do mundo, sem acesso a meios de comunicação social.

Os talibãs estão acampados à entrada dos vales e sitiam-no. Por vezes, os seus líderes sugerem que este herdeiro sem experiência, sem meios nem apoios de retaguarda não vai resistir por muito tempo. Nas redes sociais corre o rumor de que Massoud está em conversações com os talibãs e prestes a anunciar a sua rendição, tal como o resto das elites afegãs.