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Espanha. Novo xeque ao ex-rei

Justiça investiga factos posteriores à abdicação, quando Juan Carlos I já não gozava de inviolabilidade

Juan Carlos I vive em Abu Dhabi desde agosto e não se prevê que possa regressar em breve a Espanha, como deseja
Daniel Ochoa de Olza/Pool/REUTERS

É imparável o gotejar de informações comprometedoras sobre as atividades financeiras alegadamente irregulares de Juan Carlos I, antigo rei de Espanha. Exilado em Abu Dhabi desde 17 de agosto, cada vez mais distanciado do filho (o atual rei Felipe VI) e desejoso de regressar, segundo os seus próximos, o ex-chefe de Estado vê serem reveladas contas opacas em paraísos fiscais, manobras fraudulentas com donativos inexplicados e fortunas ocultas de duvidosa procedência. As últimas revelações dizem respeito a um período após a abdicação, em que já não estava coberto pela inviolabilidade régia.

Estas notícias resultam do trabalho de investigação de instâncias judiciais espanholas e suíças. Propagadas pelas redes sociais, auguram um panorama complicado para o rei emérito. Se durante décadas gozou da benevolência das instituições e meios de comunicação, em reconhecimento pelo que fez em prol da democracia espanhola, encara hoje um sentimento generalizado de repúdio, que se repercute de forma negativa na apreciação popular sobre a monarquia. “Parece improvável que Juan Carlos I regresse a Espanha com as duas novas frentes judiciais abertas”, declara ao Expresso o jornalista José María Irujo, chefe da equipa investigativa do diário “El País” e um dos seguidores mais minuciosos do percurso financeiro do ex-monarca.