Algumas das pessoas que passavam pela London Bridge no momento do ataque terrorista desta sexta-feira puseram “as próprias vidas em risco para ajudar e proteger abnegadamente os outros”. Foi também a eles que se dirigiu a rainha de Inglaterra, Isabel II, este sábado, um dia depois do atentado à faca de Usman Khan, um homem de 28 anos que já tinha antecedentes criminais.
Em comunicado, Isabell II começou por dizer que ela, tal como o Príncipe Filipe, ficaram “tristes” ao receber a notícia do ataque. “Enviamos os nossos pensamentos, orações e simpatias mais profundas a todos aqueles que perderam entes queridos e que foram afetados pela terrível violência de ontem”, prossegue o documento. “Expresso os meus agradecimentos duradouros à polícia e aos serviços de emergência, bem como às pessoas corajosas que colocaram as próprias vidas em risco para ajudar e proteger abnegadamente os outros”.
O atacante tinha já esfaqueado duas pessoas até à morte e ferido outras três quando um grupo de civis tentou puxar-lhe a arma da mão. Um deles, Stevie Hurst, faz este sábado capa do britânico The Telegraph, por ter sido o homem que conseguiu tirar a faca a Khan. “Toda a gente estava em cima dele, a tentar atirá-lo ao chão, e a dizer que ele tinha esfaqueado duas mulheres”, conta Hurst à BBC. Apesar da confusão, “apercebemo-nos de que ele ainda tinha a faca na mão” e, nesse momento, “pus um pé na mão dele e pontapeei-o na cabeça”, relata Hurst, que é guia turístico de profissão.
George Robarts era uma das pessoas que estava por perto e descreveu no Twitter a corrida de Hurst, que “saltou a divisória central para enfrentar o ataque com vários outros”. E acrescentou: “nós fugimos, mas parece que ele o desarmou, uma coragem incrível”.
Na sequência da publicação, uma outra testemunha ressaltou a intervenção de um homem, também civil, que deteve o atacante no chão. A British Transport Police (BTP) disse, porém, tratar-se de um oficial à paisana. Perto dele, conta a BBC, estavam algumas pessoas que decidiram pegar num extintor, abrindo-o na direção do agressor para o afastar.
Apesar de o nome e o rosto de Stevie Hurst terem ficado para a história de mais um ataque terrorista em Londres, estampado nos jornais e nas redes sociais, é o próprio a dividir o mérito. “As pessoas que estavam lá eram absolutamente incríveis. Heróis”, afirma.
A verdade é que a maioria desses “heróis” elogiados pela Rainha são anónimos e assim permanecem. “São o melhor de nós”, disse Sadiq Khan, mayor de Londres. Também o primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, se referiu aos civis que acorreram a tentar parar o ataque. “Para mim eles representam o melhor do nosso país e agradeço-lhes em nome do nosso país.”