O inquérito para destituição do Presidente Donald Trump deverá ser o tema central do debate televisivo que esta terça-feira à noite juntará 12 candidatos às eleições primárias do Partido Democrata.
Duas semanas depois de a maioria Democrata na Câmara de Representantes ter anunciado o início de um inquérito para a destituição do Presidente – acusando-o de abuso de exercício de poder, ao ter pressionado um líder estrangeiro a investigar o seu rival político e ex-vice-Presidente Joe Biden – o posicionamento dos vários candidatos marcará o terceiro debate televisivo para ajudar a escolher o adversário de Trump nas presidenciais de 2020.
O encontro, que decorrerá em Westerville, no Estado de Ohio, já é considerado o maior debate televisivo de eleições primárias da história norte-americana, ao juntar 12 candidatos num único palco.
Outro tema quente na campanha Democrata é a decisão da Casa Branca de retirar as tropas da Síria, deixando os aliados curdos à mercê de ataques turcos, que tem merecido a crítica generalizada nos dois partidos representados no Congresso, mas que pode criar clivagens entre os candidatos, sabendo-se de posições passadas sobre o conflito sírio de alguns deles.
Tulsi Gabbard, uma dos 12 candidatos elegíveis para o debate televisivo, já disse que estará presente, depois de ter ameaçado boicotar o evento, por considerar que as eleições primárias do Partido Democrata estão "inquinadas", favorecendo excessivamente os candidatos que mais facilmente angariam fundos de campanha.
O debate, que será moderado por jornalistas da estação televisiva CNN e do jornal "The New York Times", servirá para permitir aferir o grau de entusiasmo entre os três melhor posicionados candidatos nas sondagens – Joe Biden, Elizabeth Warren e Bernie Sanders –bem como para permitir uma oportunidade de visibilidade para os que precisam de pelo menos 3% nas sondagens para poderem estar no próximo evento televisivo, em novembro.
Um ponto de interesse, hoje, será a declaração de Bernie Sanders sobre a sua continuidade na campanha, depois de ter sofrido um ataque de coração, que obrigou a uma intervenção cirúrgica, em 1 de outubro.
A situação de saúde de Sanders pode protegê-lo de ataques dos adversários internos, o que dificilmente acontecerá a Joe Biden, que tem sofrido pressões para esclarecer cabalmente os contornos do envolvimento do filho Hunter no caso ucraniano, que está na base do inquérito de destituição de Donald Trump.