Internacional

União Europeia apela ao "fim da escalada" e à "contenção" em Hong Kong

Esta terça-feira assinala-se o 70.º aniversário da fundação da República Popular da China. Há registo de vários confrontos entre os manifestantes e a polícia em Hong Kong, que está a disparar balas reais. As autoridades estão a perseguir manifestantes e a fazer detenções

Anadolu Agency

A União Europeia (UE) apelou esta terça-feira ao "fim da escalada" e à "contenção" em Hong Kong face à onda de violência e protesto que percorre esta região administrativa especial chinesa no dia em que se assinala o 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.

"Apesar de terem sido tomadas medidas positivas para envolver vários setores da sociedade no diálogo, são necessários esforços adicionais para restaurar a confiança", disse a porta-voz da UE Maja Kocijancic. "Mais de três meses depois do início dos protestos, o direito à reunião e o direito ao protesto pacífico devem continuar a ser respeitados em linha com o direito básico dos compromissos internacionais", acrescentou.

São vários os incidentes relatados nas últimas horas. Um manifestante foi atropelado por um "carro particular cinzento", que partiu em seguida, avançou Rachel Cheung, do jornal "South China Morning Post", na sua conta de Twitter. O manifestante está consciente e foi levado para o hospital. Uma perna do manifestante ficou entalada entre uma das rodas do veículo e o passeio, acrescenta a jornalista.

Horas antes, um outro manifestante, um estudante de liceu, foi atingido no peito pela polícia de Hong Kong. Segundo fonte hospitalar, a bala "continua no corpo do manifestante", que teve de ser transferido de hospital.

As autoridades aconselham as pessoas a ficarem em casa. A polícia está a disparar balas reais e há registo de vários confrontos com os manifestantes e de lançamento de gás lacrimogéneo e disparo de canhões de água.

Mais de 30 manifestantes detidos

Ainda de acordo com aquele jornal de Hong Kong, de língua inglesa, a polícia está a perseguir manifestantes e a fazer detenções. Mais de 30 manifestantes terão sido detidos.

Um operador de câmara e um repórter da televisão TVB foram atingidos por ácido alegadamente lançado por manifestantes, estando a receber tratamento hospitalar. Os ataques a jornalistas levaram a RTHK, serviço público de radiodifusão de Hong Kong, a retirar os seus profissionais das ruas.

As autoridades de Hong Kong proibiram uma marcha em direção à representação do Governo central mas os manifestantes estão a levá-la a cabo.

Mais de 30 estações de metro foram encerradas, bem como milhares de lojas e centros comerciais como medida de prevenção ou na sequência dos distúrbios provocados pelos protestos.

Notícia atualizada às 13:08