Quasquer negociações com a Coreia do Norte e o Irão estão "condenadas ao fracasso", afirmou nesta quarta-feira o antigo conselheiro de Donald Trump para a segurança nacional, de acordo com fontes citadas pelo "Politico". John Bolton, que foi orador num almoço realizado em Nova Iorque pelo Gatestone Institute, um 'think tank' conservador, fez várias críticas à política externa do atual Presidente dos Estados, que o demitiu recentemente, embora sem nomear Trump.
Tudo aquilo que os norte-coreanos e os iranianos pretendem é negociar um alívio nas sanções económicas, afirmou Bolton, acrescentando que a decisão de Trump de não responder ao ataque do Irão a um drone norte-americano funcionou como um incentivo a outras agressões que se verificaram nos meses mais recentes.
O ex-conselheiro para a segurança nacional chegou a sugerir que uma retaliação poderia ter evitado o ataque às instalações da Aramco na Arábia Saudita, que causou peturbação nos fornecimentos de petróleo por parte do reino. À semelhança do que fez nesta quarta-feira o secretário de Estado Mike Pompeo, John Bolton também classificou o ataque à Aramco como um "ato de guerra".
Uma ação de retaliação chegou a estar preparada e aprovada de acordo com todos os procedimentos exigidos para uma iniciativa desta natureza, revelou Bolton, e a decisão seria consensual no interior da Casa Branca. "No entanto, uma alta autoridade, à última hora", decidiu não avançar sem dar conta desta decisão a ninguém, adiantou.
Sobre o Afeganistão, o antigo conselheiro de segurança nacional disse que o convite para que representantes dos talibãs se deslocassem a Camp David para negociações de paz com os Estados Unidos enviou um "sinal terrível" e acrescentou ter-se tratado de uma iniciativa "desrespeitosa" para com as vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 porque os talibãs deram abrigo à Al-Qaeda.
John Bolton defendeu que os Estados Unidos deviam manter 8600 militares no país, com o apoio dos serviços de informações. Adiantou, ainda, que o acordo proposto pelos talibãs é similar àquele que foi avançado após o 11 de setembro e que "não faz qualquer sentido".