A notícia foi recebida com uma gargalhada pela maioria dos países e com verdadeira indignação por parte dos visados, a saber, a Gronelândia e a Dinamarca. Porém, a vontade expressa pelo Presidente norte-americano na semana passada foi confirmada este domingo pela Casa Branca na pessoa do conselheiro para a economia. Larry Kudlow falava durante uma entrevista à Fox News, antecipando-se por pouco às declarações que Trump fez aos jornalistas.
Quando falava numa conferência de imprensa no regresso de férias a caminho de Washington, mas ainda em New Jersey, o Presidente americano explicou no domingo que o “conceito surgira” quando "olhava para o país”. Resolveu que os Estados Unidos deveriam fazer uma tentativa de comprar a Gronelândia “por razões estratégicas”, ainda que não fosse “a sua maior prioridade”.
O plano de Trump associa a compra por parte dos EUA da maior ilha do planeta (excluindo a Austrália) à sua grande especialidade pessoal, o negócio imobiliário. “Essencialmente, a Dinamarca é dona da Gronelândia. Nós somos bons aliados da Dinamarca, protegemos a Dinamarca como protegemos grandes partes do mundo. Estrategicamente é interessante e nós falaremos com eles um bocado”, disse Trump.
Imobiliário, estratégia, "pode fazer-se muita coisa"
Ambos os países são membros da NATO, pelo que há manobras frequentes desde há décadas dos EUA na Base Aérea de Thula, na Gronelândia. É o ponto mais a norte do planeta onde os EUA estão instalados e faz parte de uma rede global de radares e sensores para avisos de míssil e vigilância do espaço.
Na ocasião, Trump discorreu ainda com brevidade sobre as "somas astronómicas" que a Dinamarca gasta com a Gronelândia sem apresentar nenhum fundamento, assim sugerindo que a venda daquele territórios aos Estados Unidos seria um alívio para o país escandinavo.
“Pode fazer-se muita coisa”, disse Trump no domingo. “Trata-se essencialmente de um plano de imobiliário, mas pode fazer-se muita coisa”, repetiu, quando tem planeada uma visita oficial a vários países europeus em setembro, entre os quais a Dinamarca.
“A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa. A Gronelândia pertence à Gronelândia. Eu espero bem que isto não seja dito a sério”, declarou, no mesmo dia, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen ao jornal “Sermitsiaq”.