Centenas de páginas de documentos judiciais que fazem parte das acusações de abuso sexual ao milionário norte-americano Jeffrey Epstein foram reveladas na passada sexta-feira. Os documentos incluem as alegações sobre um caso de difamação de 2015 em que uma mulher afirmava ter atuado como "escrava sexual" de Epstein enquanto ainda era uma adolescente e que terá prestado serviços vários homens, entre os quais ao duque de York, filho do meio da rainha Isabel II de Inglaterra.
Epstein declarou-se inocente em julho face às acusações avançadas por procuradores federais de Nova York sobre o tráfico sexual de dezenas de raparigas menores de idade, algumas com apenas 14 anos, entre as quais Virginia Giuffre.
Virginia Giuffre é a mais conhecida das supostas vítimas de Epstein por ter afirmado que o milionário a terá forçado a realizar atos sexuais com vários homens públicos, incluindo o príncipe André, duque de York, em 2001. Nos documentos revelados sexta-feira, contudo, outra mulher que alegou ter sido abusada por Epstein e Maxwell e também diz ter sido forçada a atos sexuais com o príncipe André na mansão do milionário em Nova Iorque.
Em resposta, um porta-voz do Palácio de Buckingham recusou a veracidade das acusações. "Refere-se a processos nos Estados Unidos, em que o que o duque de York não é citado. Qualquer sugestão de impropriedade com menores de idade é categoricamente falsa." Todavia num comunicado enviado à CNN em julho, o porta-voz da rainha reconhecia algum envolvimento com o milionário: "O duque de York aceita que não foi sensato ter conhecido Epstein em dezembro de 2010. O duque não se encontrou com Epstein desde então."