Donald Trump assegurou, este domingo, que o “ódio” não tem lugar nos Estados Unidos, um dia após dois tiroteios que provocaram 29 mortos, situações que o Presidente norte-americano atribui a um “problema de doença mental”.
“É necessário que isto termine. Prolonga-se há demasiados anos”, precisou o chefe da Casa Branca em declarações no estado de New Jersey, onde passou o fim de semana no seu clube de golfe, acompanhado pela mulher. “Já fizemos muito, mas talvez possamos fazer ainda mais”, disse em breves declarações.
Trump evitou responder às perguntas sobre o suposto manifesto anti-imigrante publicado pelo suspeito da chacina de El Paso, no Texas. No entanto, assinalou ter contactado os governadores do Texas e do Ohio, e ainda o procurador-geral, William Barr, e membros do Congresso, para analisar as medidas que poderão ser aplicadas para travar a violência com armas de fogo no país.
O tiroteio de sábado num centro comercial de El Paso, no Texas, provocou pelos menos 20 mortos e 26 feridos. As autoridades norte-americanas já definiram o ataque, protagonizado por Patrick Crusius, um branco de 21 anos, como um “crime de ódio” e o procurador de El Paso informou que vai ser solicitada a pena de morte.
Às primeiras horas de domingo, num segundo tiroteio na cidade de Dayton, no Ohio, Connor Betts, de 24 anos, matou nove pessoas, incluindo a irmã, e feriu dezenas de outras antes de ser abatido pela polícia.
Várias vozes unem-se nas críticas a Donald Trump, como é o caso de Bernie Sanders, que usou o Twitter para pedir: “Senhor Presidente, pare com a sua retórica racista, de ódio e anti-imigratória. A sua linguagem cria um clima que encoraja extremistas violentos”.
Também Joe Biden, candidato à liderança do Partido Democrata, disse que os EUA enfrentam uma “batalha pela alma da nação”, na qual todos têm a responsabilidade de afirmar com convicção que “o ódio, a intolerância e a supremacia branca não têm lugar na América”.
México vai promover ações jurídicas para exigir proteção dos mexicanos nos EUA
“O que ocorreu é inadmissível e hoje mesmo daremos a conhecer as primeiras ações jurídicas que o Governo do México vai adotar”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard, num vídeo difundido nas redes sociais.
Ebrard manifestou a sua “mais profunda rejeição e condenação” pelo tiroteio em que morreram cidadãos mexicanos “inocentes”, apesar de não ter precisado o número, e explicou que neste “ato de barbárie” ficaram feridas nove pessoas de nacionalidade mexicana.
“O Presidente instruiu-me para que esta indignação se traduza, primeiro, em proteger as famílias afetadas e, segundo, em ações legais eficazes, imediatas, expeditas e contundentes para que o México exija que sejam fornecidas condições para proteger a comunidade mexicano-norte-americana”, frisou.