Internacional

Relatório da ONU diz que príncipe saudita deveria ser investigado por implicações na morte do jornalista Khashoggi

Um relatório das Nações Unidas conhecido esta quarta-feira afirma que o príncipe saudita deveria ser investigado por alegadas implicações na morte do jornalista Jamal Khashoggi por existirem “provas credíveis” do seu envolvimento

REUTERS

"Provas credíveis", é como o relatório das Nações Unidas substancia a necessidade de investigação do envolvimento de Mohammed Bin Salman, o príncipe saudita, no assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

Há "provas credíveis" que Bin Salman e outras autoridades sauditas de topo tenham sido responsáveis pelo assassínio, lê-se num detalhado inquérito forense de cem páginas elaborado pela ONU, que foi divulgado esta quarta-feira.

Agnes Callamard, a rapporteur especial das Nações Unidas, declarou que a morte do jornalista em outubro do ano passado foi "um crime internacional", lê-se no britânico "The Guardian".

"O rapporteur especial conclui que Jamal Khashoggi foi vítima de uma execução deliberada e premeditada, um assassínio extrajudicial pelo qual o Estado da Arábia Saudita é responsável sob a lei internacional dos direitos humanos", declarou Callamard.

A reconstituição dos acontecimentos que serviram de base ao relatório agora divulgado basearam-se nas gravações ocorridas dentro do consulado onde Khashoggi foi morto, reconstituindo os últimos momentos da sua vida e a forma como foi confrontado pelas autoridades sauditas, uma das quais é citada a dizer "Estamos aqui para te apanhar".

O relatório aponta ainda uma série de conclusões, entre as quais se prova a vulnerabilidade dos dissidentes e o facto de as investigações conjuntas da Turquia e Arábia Saudita não terem sido executadas de boa fé.

"Cerca de oito meses após a execução de Jamal Khashoggi a determinação das atribuições de responsabilidades individuais continua envolta em secretismo e falta de processo devido", lê-se no documento.