O Governo do Reino Unido perdeu o segundo membro no mesmo dia, na tarde desta quarta-feira, com a renúncia ao cargo de Chris Heaton-Harris, subsecretário de Estado para a Saída da União Europeia. O demissionário, que tinha a pasta da preparação para o Brexit sem acordo, sai do Executivo por discordar da opção de Theresa May de pedir um novo adiamento à UE.
Eurocético empenhado, Heaton-Harris acompanha Nigel Adams, que abandonou hoje o lugar de subsecretário de Estado para o País de Gales. Adams argumentou que era um “erro grave” a primeira-ministra procurar uma solução de compromisso com o líder do Partido Trabalhista. May e Jeremy Corbyn reúnem-se esta tarde.
Heaton-Harris, que representa no Parlamento o círculo inglês de Daventry, defende que o Reino Unido devia ter deixado de ser membro da UE na passada sexta-feira, 29 de março, primeiro data do Brexit. Aguentou a extensão do prazo até 12 de abril, acordada com os 27 (embora a proposta de May fosse 30 de junho), mas agora considera que a determinação da governante em não sair da UE sem um acordo torna as suas funções “obviamente irrelevantes”.
Três dúzias de demissões
Segundo Alasdair da Costa, do Institute for Government, citado pelo diário “The Guardian”, é já o 13.º elemento do Executivo que se demite por motivos ligados ao Brexit, apenas em 2019 Soma-se a sete ministros ou secretários de Estado, quatro secretários parlamentares do Governo e um vice-presidente da bancada do Partido Conservador.
Se recuarmos até ao início do mandato de May, em 2016, são 36 os demissionários por causa da questão europeia, incluindo os ex-ministros Boris Johnson (Negócios Estrangeiros), David Davis e Dominic Raab (ambos da pasta do Brexit). A maioria dos que saíram defende um Brexit mais duro do que a primeira-minsitra. Outros dez membros demitiram-se por outras razões.