Um grupo de artistas e ativistas alemães anunciou esta quarta-feira a construção de uma réplica do Memorial do Holocausto junto à casa de um polémico líder da extrema-direita em Bornhagen.
O monumento – constituído por 24 lápides – é uma pequena réplica do monumento em Berlim que homenageia os seis milhões de mortos no Holocausto, e que é composto por 2711 blocos de betão.
A iniciativa surgiu como resposta às declarações de Björn Höcke, líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AdD) no estado federado da Turíngia, que afirmou em janeiro que o Memorial do Holocausto era “um monumento da vergonha no coração da capital” e criticou o arrependimento da Alemanha em relação ao nazismo, defendendo uma “atitude mais positiva” em relação à História da Alemanha. Na altura, a ala mais moderada do partido condenou tais declarações e chegou mesmo a ponderar retirá-lo do cargo.
“Estamos a cumprir o nosso dever de vizinho. Agora [Björn Höcke] terá que apreciar esta vista quando olhar para a janela todas as manhãs”, declarou Philipp Ruch, porta-voz do grupo de artistas ao jornal “Frankfurter Rundschau”.
“Terá que lidar com o facto de que tem vizinhos que não consideram o Memorial do Holocausto o 'monumento da vergonha', mas tentam fazer lembrar o que aconteceu e não pode acontecer novamente”, acrescentou o responsável, citado pelo “Guardian”.
A ideia desta ação de protesto nasceu há dez meses, quando o grupo de artistas e ativistas alugou uma propriedade junto à casa do líder da AfD e começou a construir a réplica do monumento. Foi lançada então uma campanha de crowdfunding, tendo o grupo angariado até à data 28 mil euros para manter o monumento durante dois anos.