A reunião começou quinta-feira e termina este domingo. No sumptuoso hotel Westfields Marriott Washington Dulles, em Chantilly, no estado da Virginia (EUA), 130 poderosos vão discutir as questões internacionais que estão na ordem do dia: a presidência de Donald Trump - e as implicações que isso pode trazer à geopolítica mundial -, as relações entre EUA e Europa, o crescimento dos populismos ou o papel da Rússia no mundo. Ao todo, são 13 os tópicos na agenda, na qual também estão incluídos o rumo da União Europeia, o papel da China ou a proliferação nuclear. Sabe-se que se irá falar da NATO e de terrorismo, por exemplo.
E quem se senta à mesa deste debate exclusivo? Banqueiros de vários países, CEO de seguradoras como a AXA, ministros das Finanças e da Defesa, embaixadores, senadores, professores universitários e advogados, mas também editores de política e economia (da Bloomberg, The Economist, Financial Times...) ou "chairmen" de grupos de comunicação social. O presidente do Grupo Bilderberg é Henri de Castries, um francês de 62 anos, casado e pai de três filhos, CEO da seguradora AXA. Entre os 120 participantes estão personalidades como Cristine Lagarde, diretora do FMI, ou Henry Kissinger, da Kissinger Associates, a diretora-geral do CERN, Fabiola Gianotti, mas também Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, Juan Luis Cebrian, Chairman da PRISA (dona do “El País”), Thomas Enders, CEO da Airbus, e Michael O'Leary, CEO da Ryanair. Presente estará também o espanhol Albert Rivera, líder do partido Ciudadanos (e o ministro da economia do mesmo país, Luis de Guindos).
De Portugal chegam três personalidades: José Manuel Durão Barroso, atual presidente não executivo da Goldman Sachs e ex-presidente da Comissão Europeia; José Luis Arnaut, sócio da CMS Rui Pena & Arnaut, e membro do conselho consultivo do Goldman Sachs, e António Mexia, presidente executivo da EDP (que foi constituído arguido esta sexta-feira no âmbito de uma investigação assente em suspeitas de corrupção relacionadas com rendas concedidas à EDP a partir de 2004).
Nestas reuniões, as questões abordadas são sensíveis. Fala-se de petróleo e da indústria do armamento, de terrorismo e tecnologia de informação. Já agora, para quem não sabe, a Airbus é, além de fabricante de aviões, um dos maiores produtores de armas do mundo. É portanto natural que nesta reunião de poderosos se "cozinhem" acordos ou se "refoguem" futuros acordos com o potencial de mudar o mundo.
Na origem da fundação do Clube, em 1954 - cujo primeiro encontro teve lugar no Hotel de Bilderberg, na Holanda, o que lhe deu o nome - estava a vontade aproximar Europa e EUA, num movimento pró-Atlântico. O crescendo de uma vaga antiamericanista varria a Europa e vários políticos consideraram importante juntar mentes e poderes dos dois lados do Atlântico para melhor pensar o mundo.