Duas explosões em igrejas cristãs no Egipto provocaram este domingo de manhã pelo menos 36 mortos, de acordo com os dados mais recentes avançados pelos media estatais daquele país. A primeira explosão ocorreu às 10h00 locais, perto de uma igreja cristã copta na cidade de Tanta, a cerca de 100 quilómetros a norte do Cairo e causou pelo menos 25 mortos e cerca de 80 feridos.
A segunda aconteceu horas depois numa outra igreja cristã, em Alexandria, onde um bombista suicida terá provocado pelo menos 11 mortos - entre os quais 3 polícias - e 35 feridos.
Os números mais recentes de mortos e feridos já confirmados nestes dois atentados foram avançados pelo Ministro da Saúde egípcio, citado pela Reuters.
Ao início da tarde, o grupo extremista Estado Islâmico (EL) reivindicou os dois atentados. "As equipas do Estado Islâmico realizaram ataques contra duas igrejas em Tanta e em Alexandria", indicou a agência de propaganda do EI, numa comunicação divulgada em redes sociais e citada por agências internacionais de notícias.
A primeira explosão na na igreja Mar Girgis, na cidade de Tanta, ocorreu no momento em que a comunidade cristã daquela cidade se preparava para celebrar a semana santa, que começa este domingo com a festa dos Ramos. A agência oficial de notícias do Egito indica que a explosão terá sido provocada por uma bomba de fabrico caseiro.
Este duplo ataque ocorre a cerca de três semanas da visita do Papa Francisco ao Egito, agendada para 28 a 29 de abril. Essa será a 18ª viagem internacional do atual pontificado e a que antecede a visita a Fátima, a 12 e 13 de maio.
Poucas horas depois do primeiro ataque desta manhã, o Papa Francisco condenou o atentado e pediu que "[Deus] converta o coração das pessoas que semeiam o terror, a violência e a morte". O Papa também expressou as suas condolências às famílias das vítimas, aos feridos e aos egípcios, momentos antes de rezar o Angelus na praça de São Pedro, no Vaticano. Francisco presidiu hoje a celebração litúrgica tradicional do Domingo de Ramos, dando início aos ritos da Semana Santa.
Recorde-se que em dezembro de 2016, também no Egipto, morreram 25 pessoas na sequência de um atentado executado por um bombista suicida dentro da igreja de S. Pedro e S. Paulo, nas imediações da catedral copta do Cairo. Esse atentado, reivindicado pelo Estado Islâmico, tinha sido considerado o maior ataque contra esta minoria cristã do Egito (que representa cerca de 10% da população do país) nos últimos largos anos.
(Última atualização às 14h49 com novas informações sobre a reivindicação dos atentados pelo Estado Islâmico)