Internacional

Dijsselbloem: “Não se pode gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”

Presidente do Eurogrupo refere que os países do norte da Europa “se mostraram solidários com os países afetados pela crise” nos últimos anos

Eric Vidal/ Reuters

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, entende que não se pode “gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo em seguida pedir ajuda”. A declaração do ainda ministro das Finanças holandês surge na sequência de um comentário sobre a forma como a Europa lidou com a crise.

“Na crise do euro, os países do norte da Europa mostraram-se solidários com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo à solidariedade uma importância extraordinária. No entanto, quem pede ajuda também tem obrigações. Não se pode gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”, diz Dijsselbloem em entrevista ao jornal alemão “Frankfurter Allgemeine”, esta segunda-feira.

Já esta terça-feira, o presidente do Eurogrupo foi confrontado com as suas declarações na entrevista pelo deputado espanhol, Ernest Urtasun, que considerou o comentário “infeliz”.

“O meu objetivo foi deixar claro o que significa a solidariedade para mim. Sou um social-democrata e dou valor à solidariedade na sociedade e na Europa, mas esta deve estar sempre aliada ao compromisso e fazer o máximo possível para que o indivíduo ou os países se fortaleçam também em termos socioeconómicos. E preciso assumir a responsabilidade. Se todo o esforço for feito e toda a responsabilidade assumida, então a solidariedade deve estar sempre disponível. Esse era o meu argumento”, justificou Dijsselbloem.

O eurodeputado espanhol voltou a insistir nas declarações, questionando o presidente do Eurogrupo para saber se estava arrependido. Dijsselbloem disse que não.

“Espanta-me que essas declarações tenha sido espalhadas pela imprensa espanhola por esse prisma. O que deixei muito explícito é que a solidariedade deve vir com responsabilidade e um forte compromisso. Não precisa de ler as minhas palavras, porque sei bem o que disse. Essas palavras saíram desta boca, não é preciso ler-mas”, disse.