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Na rota das cidades (inteligentemente) sustentáveis

Cinco exemplos de urbes que apostam na tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos de uma forma geral e o ambiente em particular. Um dos objetivos é reverter o processo das alterações climáticas, um compromisso ao qual a bp se alia em prol de um mundo mais limpo de carbono até 2050

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ONDE QUER QUE VÁ, CONDUZA CARBONO ZERO

São vários os estudos que apontam que, em 2050, dois terços da população mundial viva em cidades, o que representa um grande pressão ao nível dos recursos, como a energia e a água, da gestão de resíduos e da mobilidade, entre outros. Os desafios para a sociedade e para o ambiente são, por isso, enormes. Muitas das cidades, incluindo em Portugal, estão já a preparar-se para o que aí vem. Chamam-se “smart cities”, ou cidades inteligentes, um conceito relativamente novo que a União Europeia define como sendo um lugar onde as redes e os serviços tradicionais se tornam mais eficientes, quando conectados, através do uso das tecnologias digitais e telecomunicações em benefício dos seus habitantes e empresas. Significa também não só haver necessidade de um melhor uso dos recursos e de menores emissões como também de redes de transporte urbano mais inteligentes, abastecimento de água e instalações de eliminação de resíduos atualizados e formas mais eficientes de iluminar e aquecer edifícios. A administração das cidades deve, por isso, ser mais interativa e ágil, com espaços públicos mais seguros e atender às necessidades de uma população que está a envelhecer, sobretudo nos países desenvolvidos.

EXEMPLOS PORTUGUESES

Aveiro, Cascais, Faro, Guimarães e Leiria. O que têm estas cinco cidades em comum? São portuguesas, claro, estão alicerçadas numa história secular mas são já tão tecnológicas e modernas que se destacam por serem “inteligentes”, fazendo parte da rede de “smart cities” nacionais. Na base deste posicionamento estão preocupações de sustentabilidade que as tornam exemplos para o país e para o mundo. O que as diferencia? Vamos “visitá-las” de seguida.

Aveiro, a “tech city”

Tempos houve em que o sal era considerado um produto escasso e precioso. Já foi vendido a peso de ouro, considerado moeda de troca e era com ele que se pagavam as remunerações por trabalhos prestados entre os romanos, dando origem à palavra salário. Segundo consta, foi na Idade Média que o sal de Aveiro começou a ser explorado, sendo muito prestigiado aqui e além-fronteiras, uma atividade essencial para esta cidade do centro-norte de Portugal que perdurou quase até ao final do século XX. Hoje, as marinhas são praticamente residuais e fazem já parte da atração turística que é a rota da sal na região. Pelos seus belos canais pode passear-se de barco moliceiro, um pouco à semelhança do que acontece com as gôndolas em Veneza. Entretanto, a cidade é atualmente um polo tecnológico que já lhe valeu o nome de Tech City, com o objetivo de construir uma cidade mais conectada e inteligente, transformando o seu território num local que usa a tecnologia como meio para resolver as necessidades complexas dos seus cidadãos, nomeadamente ao nível económico e ambiental. Uma, entre muitas, das iniciativas que estão a ser desenvolvidas chama-se o Desafio da Mobilidade, que visa potenciar o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável e seguro.

Cascais na crista da inovação

Também conhecido pela Riviera portuguesa, o eixo que abrange todas as praias do concelho de Cascais é uma zona turística por excelência mas também fortemente urbanizada e cosmopolita. A cidade de Cascais propriamente dita já foi um relevante porto de pesca, a avaliar, inclusive, pelos múltiplos barcos que ainda hoje flutuam na sua bela baía que recorta o centro da urbe com vista para o Atlântico. No entanto, atualmente, sendo uma das cinco cidades portuguesas, entre 100 a nível mundial, que mais utilizam energias renováveis, está muito comprometida com a sustentabilidade e é vista como uma das “smart cities” mais evoluídas ao nível internacional. O município quis democratizar a mobilidade suave e colocou o ecossistema MobiCascais no centro da economia circular, revolucionando a mobilidade urbana com soluções integradas de estacionamento, transportes públicos e bicicletas inteligentes, além de apostar na mobilidade elétrica, disponibilizando, inclusive, o primeiro veículo autónomo nacional, que foi colocado ao serviço dos estudantes da Universidade Nova, em Carcavelos.

Além disso, o Aeroporto de Cascais compensa as emissões de carbono de todo o combustível da aviação, através da parceria com a Air bp.

Faro com “Living Street”

O Algarve foi o último reduto mouro, em território que viria a tornar-se português, a ser conquistado. A tomada de Faro ocorreu em 1249 e ainda hoje há vestígios nas ruas que lembram esse feito a quem por lá passa. É o caso do Arco do Repouso, de onde D. Afonso III, o então monarca reinante, bisneto do intrépido D. Afonso Henriques, terá anunciado a rendição da urbe. Importante área turística, é aqui que começa, mais concretamente na praia do Garrão, um dos mais bonitos acidentes geográficos da costa portuguesa, a Ria Formosa, que, com os seus cerca de 60 quilómetros, se estende até à Manta Rota, em Cacela.

Comprometida desde há vários anos com a sustentabilidade e a ganhar novas dinâmicas a cada dia, Faro tem vindo a apostar numa estratégia de desenvolvimento responsável que passa por reforçar a coesão social, melhorar a mobilidade e a reabilitação urbana, por contraposição ao crescimento desordenado e à densificação que muitas vezes o turismo parece querer impor. Neste contexto, a mais recente iniciativa a ser desenvolvida está ligada ao projeto “Living Streets” em Portugal (financiado pelo programa EUKI - Iniciativa Europeia para o Clima) e a primeira “rua para estar” algarvia vai transformar um espaço público até ao momento dedicado a estacionamento automóvel, num espaço verde e de convívio, sem trânsito. Também está prevista para breve a implementação, na cidade e arredores, de um sistema de bicicletas públicas de utilização partilhada, encontrando-se a decorrer um inquérito para conhecer os padrões de mobilidade das viagens realizadas, assim como do atual uso da bicicleta nas deslocações quotidianas dos seus residentes e visitantes.

Guimarães cada vez mais verde

Foi aqui que começou, no século XII, a História de Portugal enquanto país independente, sendo por isso considerada o “berço da nação”. O Centro Histórico da urbe está na lista de bens Património Mundial da UNESCO, o que a torna um local de visita imperdível por quem se deixa fascinar por lugares onde se respira cultura. Mas nem por isso Guimarães é uma cidade parada no tempo. Pelo contrário. Apesar de em muitos lugares se conseguir imaginar o seu passado glorioso, vive-se ali um presente igualmente dinâmico e virado para o futuro. Com um plano de ação para os próximos anos abrangente, que visa dar continuidade ou criar projetos inovadores em várias áreas, numa ótica de desenvolvimento inteligente e sustentável em todo o seu território, o município vimaranense aposta em programas cada vez mais verdes promotores da qualidade de vida dos seus habitantes e da eficiência, quer ao nível da mobilidade, da energia, da gestão de resíduos e recursos, entre outros.

Leiria na liderança europeia

Reza a lenda que terá sido no pinhal de Leiria que se deu o “Milagre das Rosas”, protagonizado pela rainha Santa Isabel ao esconder do marido, D. Dinis, o pão que levada no regaço para distribuir pelos pobres. Daquele tempo remoto resta o castelo, entre outros vestígios e monumentos que nos remetem para uma época em que a cultura estava no centro das atenções da corte. Talvez por isso e muito mais, não surpreende que Leiria tenha sido designada pela UNESCO, em 2019, como Cidade Criativa na área da Música e tal acontecimento tenha aberto as portas do município a uma candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027. Entretanto, Leiria lidera o projeto UrbSecurity, constituído por uma rede europeia que tem o objetivo de pensar o planeamento urbano em termos de segurança e crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. No âmbito deste projeto, o município vai requalificar o centro histórico e de zonas urbanas nos arredores da cidade, que inclui um plano de mobilidade e acessibilidade. Por seu lado, o Politécnico de Leiria tomou a iniciativa de avançar com o projeto U-Bike, com vista a alterar a forma como a comunidade académica da região de desloca, a sensibilizar para a utilização de meios de transporte mais sustentáveis, e a motivar a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

O CONTRIBUTO DAS EMPRESAS

O caminho da sustentabilidade e das cidades limpas de emissões e mais eficientes é uma ação conjunta de toda a sociedade à escala planetária. Passa pelos governos, pelas pessoas e pela responsabilidade social das empresas, nomeadamente das que atuam no âmbito do setor energético, como é o caso da bp. O processo de descarbonização é lento mas está a ser feito em direção à meta traçada: atingir a ambicionada neutralidade carbónica nas próximas três décadas para mitigar as alterações climáticas.

A bp aliou-se a este compromisso mundial e definiu vários objetivos, entre os quais se destacam reduzir drasticamente o carbono em todas as suas operações e na produção de petróleo e gás; diminuir em 50% por cento a intensidade de carbono dos produtos que comercializa; instalar sistemas de medição de metano em todos os principais locais de processamento de petróleo e gás e reduzir a intensidade das operações de metano em 50%; e aumentar a proporção de investimento em negócios que não são de petróleo e gás ao longo do tempo.

Também faz parte deste grande projeto criar uma equipa dedicada a apoiar, em todo o mundo, cidades e outras empresas no seu processo de descarbonização e redirecionar fundos aplicados em campanhas de reputação institucional para ações que promovam políticas de proteção climática. Entretanto, encontra-se também a trabalhar junto dos seus clientes, ajudando-os a gerir a transição para o baixo carbono. Além de disponibilizar combustíveis avançados BP Ultimate com tecnologia ACTIVE, que oferecem mais eficiência aos veículos de motores a combustão, e pontos de carregamento rápido nos postos da marca, para quem já se desloca de carro elétrico, implementou o bp Drive Carbon Neutral, o programa que compensa as emissões de carbono de todos os abastecimentos de gasóleo, gasolina e GPL dos seus clientes. O sistema funciona através de créditos de carbono gerados a partir de projetos globais que financiam a utilização de energias renováveis, baixo carbono e a proteção das florestas, impulsionando ao mesmo tempo as economias locais, criando empregos e melhorando a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas.