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Para onde caminham as energias renováveis?

Com o Expresso como media partner, no final desta semana realiza-se nova edição da conferência anual da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis dedicada ao sector, a "Portugal Renewable Energy Summit". As novidades, as políticas a serem desenvolvidas e as tendências nacionais e globais serão analisadas

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As energias renováveis nunca estiveram tão presentes no nosso dia a dia, fruto também de um investimento em que Portugal foi pioneiro globalmente e que colocaram fontes de produção como a solar, a eólica e agora o biometano, por exemplo, no centro da política energética do país. E a expectativa é que este desígnio não só se mantenha, mas que seja reforçado.

Segundo as metas do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 - principal instrumento de política energética e climática de Portugal para a década 2021-2030 e que tem vindo a ser atualizado - aponta-se a uma redução das emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030, em relação a 2005, um aumento da quota de energias renováveis no consumo final bruto de energia para 51%, assim como uma subida da percentagem de incorporação de renováveis nos transportes para 29%, entre outras medidas.

76,9%

dos 33.107 GWh de eletricidade gerados em Portugal Continental entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2025 tiveram origem renovável

Uma das tendências a ser exploradas é o armazenamento de energia, com Patrick Clerens, secretário-geral da EASE ("The European Association for Storage of Energy"), a explicar que "a Europa está a assistir a um número crescente de concursos para projetos de armazenamento de energia de longa duração, dando impulso à implementação e à inovação". O sector terá "um papel importante a desempenhar para tornar a indústria europeia mais eficiente e competitiva”, porque “pode reduzir os preços da eletricidade ao permitir tirar partido dos períodos de preços mais baixos de energia”. Armazenar “energia térmica pode fornecer calor ou recolher calor residual, melhorando a eficiência energética e reduzindo as emissões”, acrescenta.

Mas é inegável que subsiste algum ceticismo em certas camadas da economia e da população, que olham para situações como o apagão deste ano, e questionam a preponderância (ou não) das renováveis no aumento de instabilidade do sistema, fruto também de algumas informações descontextualizadas. Mudança de paradigma que urge também esclarecer, sobretudo numa altura em que países relevantes nas emissões e produção energética (com EUA à cabeça) ameaçam reverter este caminho, apesar do sinal positivo dado recentemente pela China na cimeira da ONU, ao assumir pela primeira vez uma meta de redução de emissões.

Para Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, o “desenho do mercado elétrico também coloca desafios” com “o aumento da produção solar” a gerar “centenas de horas com preços negativos ou muito baixos e níveis recorde de cortes de produção”. De acordo com o responsável, “sem mecanismos eficazes de armazenamento e sem reforço das interligações com França, ainda muito abaixo da meta europeia de 15%, os produtores de electricidade renovável veem a sua viabilidade económico financeira em risco, quer para as centrais em operação, quer para os projectos em desenvolvimento”.

São as mais recentes novidades do sector, sobretudo em matéria de políticas, regulação, estratégia e investigação e desenvolvimento, que estarão em discussão no "Portugal Renewable Energy Summit", evento anual da APREN dedicado ao sector e que terá o Expresso como media partner. Com presença de algumas das principais entidades públicas, governamentais e privadas.

“O sector enfrenta obstáculos que podem comprometer o ritmo da transição energética”, afirma Pedro Amaral Jorge

Saiba tudo sobre esta conferência de dois dias em baixo.

Portugal Renewable Energy Summit

O que é?

É um evento da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que conta com o Expresso como media partner, e que há mais de dez anos promove a partilha de conhecimento no campo das renováveis, como ponto de encontro de entidades públicas, governamentais e privadas para debater as mais recentes novidades do sector, nomeadamente em matéria de políticas, regulação, estratégia e investigação e desenvolvimento.

Quando, onde e a que horas?

Quinta e sexta-feira, 2 e 3 de outubro, no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, a partir das 9h.

Quem são os oradores?

  • Jean Barroca, secretário de Estado da Energia
  • Michael Liebreich, CEO da Liebreich Associates
  • Ben Backwell, CEO da GWEC
  • Bruce Douglas, CEO da Global Renewables Alliance
  • Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN
  • Ditte Jull Jorgensen, diretora-geral de Energia da Comissão Europeia
  • Hermano Rodrigues, principal da EY-Parthenon
  • Arthur Daemers, senior policy advisor da SolarPower Europe
  • Dirk Hendricks, secretário-geral da EREF
  • Nicolás González Casares, deputado europeu
  • Patrick Clerens, secretário-geral da EASE
  • Viktoriya Kerelska, diretor de Advocacy and Messaging da WindEurope
  • José Roque, líder do sector de Energia e Recursos da EY Portugal
  • Alejandro Bonitch, sócio da Cuatrecasas
  • João Faria Conceição, COO da REN
  • João Martins de Carvalho, vogal do Conselho Executivo da E-Redes,
  • Rafael Gómez-Elvira, chairman do NEMO Committee
  • Cristina Torres-Quevedo, diretora financeira e regulatória da UNEF
  • Heikki Willstedt, diretor de Políticas Energéticas e Alterações Climáticas da AEE
  • Jorge Toral, counsel da Linklaters Espanha
  • José María González Moya, CEP da APPA Renovables
  • Luís Marquina, presidente da AEPIBAL
  • Toby Bernstein, consultor da Danish Energy Agency
  • Manuela Seixas Fonseca, diretora de Serviços de Planeamento Energético e Estatística da DGEG
  • Hugh Kelly, co-fundador e CEO do Simply Blue Group
  • José Partida Solano, head of Business Development da Repsol,
  • José Pinheiro, country manager para o sul da Europa da Ocean Winds
  • Tiago Palma Veigas, country manager da Vestas Portugal
  • Francisco Santos Costa, sócio da Cuatrecasas
  • Carlos Vaz de Almeida, sócio da Pérez-Llorca
  • Afonso Teixeira, Portugal business & project development manager da Finerge
  • António Esteves, sales country manager para Portugal da ENERCON
  • Lara Ferreira, business development manager da Engie Portugal
  • Nuno Jorge, country head of development para Portugal da Nadara
  • Ricardo Jesus, diretor da TotalEnergies Portugal
  • Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas
  • Maria Athayde Tavares, sócia da Linklaters
  • Nélson Luís, vice-CEO da Akuo Portugal
  • Hugo Paz, diretor de projeto para a Ibéria da WeLink
  • João Macedo, CEO da Akuo Portugal
  • Maria João Pedreira, business development manager da Acciona
  • Pedro Fernandes, responsável pelo planeamento ambiental da Lightsource BP
  • Susana Serôdio, coordenadora de Políticas e Inteligência de Mercado da APREN
  • Gonçalo Lagem, presidente da Câmara Municipal de Monforte
  • Nuno Banza, presidente do ICNF
  • José Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente
  • Maria de Jesus Fernandes, bastonária da Ordem dos Biólogos
  • Miguel Mascarenhas, CEo da BioInsight
  • Ana Luís de Sousa, sócia da Vieira de Almeida
  • Bruno Azevedo Rodrigues, sócio da Abreu Advogados
  • Francisco Mendes da Silva, sócio da Morais Leitão e co-coordenador da Equipa de Fiscal
  • João Marques Mendes, sócio da PLMJ
  • Ignacio Cobo, senior principal da AFRY
  • António Comprido, secretário-geral da EPCOL
  • Filipe Barreiro, membro da direção da Associação Portuguesa dos Centros de Dados
  • Gonçalo Pires, CFO da TAP
  • Jorge Mendonça e Costa, diretor executivo da APIGCEE
  • Sérgio Goulart Machado, responsável pela área de Hidrogénio e Combustíveis Fósseis da Galp
  • Jerónimo Meira da Cunha, diretor associado, Markets & Business Development – Energy & Resources, da EY
  • Georgios Papadimitriou, presidente executivo da área de Renováveis e Novos Negócios da Galp
  • Pedro Vasconcelos, membro do conselho executivo da EDP e CEO da Iberia
  • Rui Maia, COO da Nadara
  • Sofia Tenreiro, CEO da Siemens Portugal
  • Filipe Santos Costa, secretário nacional para Economia, Empresas, Energia e Digital do PS – Partido Socialista
  • Jorge Pinto, deputado do Livre
  • Jorge Teixeira, deputado da IL – Iniciativa Liberal
  • Paulo Lopes Marcelo, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD – Partido Social Democrata
  • Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia

Porque é que este tema é importante?

Porque as energias renováveis fazem cada vez mais parte do fabrico de todos os sectores de atividade económica e social e assumem-se como uma componente fulcral das metas sustentáveis, numa altura em que a instabilidade global continua a colocar em causa as cadeias de abastecimento e o acesso equitativo às fontes de energia. Por outro lado, quando muitos países relevantes continuam a dificultar esta aposta, importa perceber o que está a ser feito para seguir, assim como as respostas que a inovação pode oferecer para suavizar esta transição.

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