O presidente executivo (CEO) da ANA, Thierry Ligonnière, defendeu esta terça-feira na Assembleia da República, onde está a ser ouvido na sequência de um requerimento do PCP sobre a privatização da concessionária, em 2012, que "sempre esteve ao lado do país". E que apostou em Portugal numa altura "muito arriscada", durante a intervenção da troika, e com a ameaça da saída do país do euro a pairar. O gestor explicou aos deputados que nos últimos dez anos, e apesar dos anos de pandemia, o tráfego em Portugal cresceu 4,2% ao ano, fruto do "contributo do trabalho" da Vinci.
Em defesa da concessionária Vinci, José Luís Arnaut, presidente do conselho de administração da ANA, nega que a gestora de aeroportos tenha reduzido o investimento desde que foi privatizada, como afirmou o deputado do PCP António Filipe. E apontou um número, dizendo que haverá a partir deste ano um investimento superior a 200 milhões de euros no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, numa obra já planeada e anunciada de melhoria da operação, com o acrescento de 11 novas mangas. Arnaut apontou também um investimento de 50 milhões de euros no aeroporto do Porto, anunciado recentemente,
Ligonnière avançou ainda que nos últimos 10 anos a ANA pagou 741 milhões de euros de IRC ao Estadol, valor que compara com os 168 milhões de euros de IRC pagos na última década em que a empresa foi pública. Salientando a relevância do contributo da ANA para o setor do turismo em Portugal, com 95% dos turistas a chegar por via aérea, o CEO da companhia adiantou que o tráfego já cresceu até 10 de junho deste ano 4,5% face ao mesmo período de 2023.
Puxando dos galões, Ligonnière afirmou ainda que desde que a Vinci entrou na ANA Lisboa teve o segundo maior crescimento da Europa em termos de conetividade, e que tem hoje mais 44 companhias a operar em Portugal, transportando mais de 34 milhões de passageiros por ano.
O CEO da ANA esclareceu ainda que a Vinci comprou as lojas francas da TAP em 2015, e que o fez de forma negociada com a companhia, por forma a que fosse saldada uma dívida da transportadora à concessionária que ascendia então a 36 milhões de euros.
Notícia corrigida às 19:08 com alteração do valor de IRC pago pela ANA ao Estado, a concessionária pagou 741 milhões de euros de IRC nos últimos dez anos, e não os referidos 168 milhões de euros que dizem respeito ao valor pago na última década em que a empresa foi pública.