"Desalinhamento" e "divergências profissionais" em relação ao plano de reestruturação aprovado pela União Europeia são as razões que Christine Ourmières-Widener, que era até agora a presidente executiva (CEO) da TAP, aponta para ter decidido convidar a sair da gestão a então administradora Alexandra Reis. Nos esclarecimentos que deu à Inspeção Geral das Finanças, num depoimento por escrito feito a 1 de fevereiro de 2023, considerou que “nenhuma infração de natureza financeira ou outra” lhe poderá ser imputada. E defendeu que não lhe cabia a si comunicar ao Ministério das Finanças os formalismos do contrato de cessação de Alexandra Reis.
Argumenta então a CEO da TAP que Alexandra Reis considerava "muito ambicioso" o plano de reestruturação, assim como "as diversas medidas que a gestão propunha adotar" para a concretização do mesmo. E esses eram motivos de desalinhamento que impediam a gestora de continuar na Comissão Executiva, na opinião de Christine Ourmières-Widener. Motivos a que acrescia a falta de competência em alguns dos pelouros que tinha então.
Cristine Ourmières-Widener sai ao fim de um ano e oito meses de mandato, numa gestão marcada por polémicas, pela demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e fragilização de outro, o das Finanças, Fernando Medina.