As ações já demonstraram ter um retorno elevado no longo prazo. No entanto, o risco de perder dinheiro com os investimentos em ações leva muitos portugueses a afastarem-se deste ativo. Existem no entanto estratégias que permitem reduzir o risco de investimento, sendo uma das mais importantes a diversificação de carteira ou, como se costuma referir, não colocar todos os ovos no mesmo cesto.
Quando um investidor compra ações de uma empresa fica não só sujeito às notícias que afetam o mercado acionista como um todo mas também àquelas que afetam especificamente a empresa. A divulgação de resultados ou outros eventos que a afetam diretamente ou ao seu sector de atividade podem ter impacto significativo no preço da ação, originando subidas ou descidas acentuadas num intervalo de tempo curto. Num cenário extremo de falência da empresa surge a situação mais indesejada ao resultar na perda total do valor investido.
Risco Específico vs Risco de Mercado
Ao risco a que estamos sujeitos quando investimos numa ação chamamos risco específico e podemos aprender a minimizá-lo. Imaginando um investidor que colocou toda a sua carteira disponível para investimentos de risco em ações de uma só empresa, o resultado é desastroso se a empresa falir pois perde a totalidade da carteira. Um outro investidor que tenha dividido o montante de investimento em duas ações diferentes não é afetado do mesmo modo, uma vez que na situação de falência de uma das empresas fica ainda com metade da sua carteira, perdendo 50%. Se tiver 3 ações, o resultado será uma desvalorização de 33%, e assim sucessivamente.
À medida que vamos adicionando mais ações à nossa carteira, o risco específico vai diminuindo e vamos aproximando a carteira de um índice acionista, obtendo retornos muito semelhantes ao mercado. O risco de um índice acionista designa-se por risco de mercado e não o podemos reduzir, uma vez que só temos a opção de estar ou não no mercado acionista, com mais ou menos montante investido. Nos índices acionistas o risco específico é mínimo uma vez que, como o índice é composto por dezenas ou centenas de ações, o movimento de uma ação em concreto terá reduzida influência no índice.
Os gestores profissionais conhecem bem os benefícios da diversificação e, mesmo sabendo que os ganhos excecionais que um título possa ter são diluídos numa carteira diversificada, não deixam de ter carteiras com vários títulos de modo a diminuir o seu risco global. Quanto mais ações a carteira tiver menos arriscada será, contribuindo para a estabilidade de retorno e uma maior tranquilidade no investimento.