A Cofina foi obrigada a entregar à espanhola Prisa uma soma de 10 milhões de euros no âmbito de um acordo firmado em 2019 para a aquisição da Media Capital, que acabou por não se concretizar.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo Cofina (que até ao ano passado controlava órgãos de comunicação social como o Correio da Manhã, CMTV, Jornal de Negócios, Sábado e Record) revelou o desfecho de uma arbitragem aberta no ano 2020 a pedido da Prisa.
Em causa estava um processo aberto em abril de 2020 no Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, que culminou num acórdão na passada sexta-feira, 23 de fevereiro, que determina a perda dos referidos 10 milhões de euros a favor da Prisa.
Por outro lado, segundo a Cofina, o mesmo acórdão nega a pretensão da Prisa de receber uma indemnização de 87,4 milhões de euros da empresa portuguesa.
A Cofina fica apenas obrigada a entregar à Prisa os 10 milhões de euros que estavam depositados numa conta bancária do BPI a título de pagamento inicial de um contrato de compra e venda de ações que a Cofina e a Prisa assinaram em 20 de setembro de 2019 para a aquisição, pela empresa portuguesa, da Vertix SGPS, que detinha 94,69% da Media Capital (dona da TVI).
“O impacto ao nível das demonstrações financeiras consolidadas e separadas consistirá numa redução do total do ativo em 10 milhões de euros, e numa redução dos resultados do exercício de 2023 no mesmo montante”, revela a Cofina no comunicado à CMVM.
A empresa diz estar ainda a analisar o acórdão, pelo que “não está em condições de informar sobre a sua eventual reação ao mesmo na parte em que este lhe foi desfavorável”.
As negociações de 2019 entre a Cofina e a Prisa acabaram por não resultar na concretização da aquisição. Em 2020 a Prisa acabaria por vender a Media Capital a um conjunto de investidores portugueses, liderados pelo empresário Mário Ferreira.