João Bento, presidente dos CTT, não tem dúvidas de que a "indesejada" crise política que se abriu com as investigações do Ministério Público, a demissão do primeiro-ministro e a convocação de eleições para 10 de março, vai afetar a credibilidade do país e provoca danos reputacionais. Não obstante, o gestor acredita que o impacto será mitigado pela aprovação do Orçamento do Estado para 2024. Num encontro com jornalistas, o gestor afirma que os CTT serão afetados tal como a restante economia, mas está otimista quanto ao desempenho dos Correios, dada a diversidade dos segmentos dos negócios em que está presente.
"É uma perturbação indesejada e inesperada" e uma situação que "afeta um bocadinho a credibilidade do país" e a "forma como os investidores" olham para Portugal, lamenta o gestor. Mas há atenuantes. O Orçamento do Estado para 2024, avança, será aprovado quase de certeza já que há maioria parlamentar.
Os CTT têm sabido ultrapassar as crises que têm afetado o país, e uma delas bem forte, como foi a pandemia, que fez cair abruptamente o volume de negócios. "Nem sempre foi fácil", admite. "Mas quero deixar uma nota de confiança".
A diversidade do portfólio dos CTT tem sido um trunfo e um escudo para as crises. E enumera: "Quando foi a Covid, o segmento do Expresso e das Encomendas subiu"; quando as encomendas abrandam a colocação da dívida pública e o banco correram bem e agora há um contrato de concessão mais ajustado. Além disso, a operação em Espanha, que era deficitária e para vender em 2019, estar a ter um bom desempenho, com os proveitos a subirem 68%.
Os lucros dos CTT aumentaram 25,5% para 35,5 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano.