“Temos atraído muitas Autoeuropas para Portugal nos últimos tempos. É só uma questão de estarem atentos e abrirem os olhos”. A provocação foi arremessada esta terça-feira por João Galamba, ministro das Infraestruturas, à oposição, nomeadamente ao PSD e à Iniciativa Liberal, durante o debate de encerramento da proposta de Orçamento do Estado para 2024.
O ministro aconselhou os deputados a passarem em Setúbal, em Aveiro, mas sobretudo em Sines, onde apenas três investimentos - a construção do data center da Start Campus, o projeto da Galp para a descarbonização da sua refinaria e o projeto da Repsol de ampliação do complexo petroquímico – representam “um investimento superior a 5 mil milhões de euros e a criação de milhares de postos de trabalho”.
Uma boa parte deste investimento, embora sendo firme, ainda não se materializou. A Start Campus ainda vai na construção do primeiro edifício, a Galp já confirmou a intenção de avançar com um investimento de 650 milhões de euros para a produção de hidrogénio verde e biocombustíveis avançados, mas os projetos apenas estarão operacionais em 2025, sensivelmente pela mesma altura em que a Repsol tenciona concluir o seu investimento. Também recentemente, a Google oficializou a amarração em Sines do Nuvem, um novo sistema de cabos submarinos transatlânticos para ligar Portugal, as Bermudas e os Estados Unidos
A estes planos juntam-se mais de uma dezena de outros, das baterias elétricas da chinesa da CALB à aquacultura, do hidrogénio ao amoníaco, que, ao todo, ultrapassam os 20 mil milhões de euros até 2030, e que, a concretizarem-se, equivalerão a 10 vezes o investimento que na década de 90 lançou, em Palmela, a Autoeuropa.
Deixamos-lhe uma infografia e uma tabela com a enumeração dos projetos em curso, o investimento e os postos de trabalho potenciais que representam.
A informação foi cedida ao Expresso em março pela AICEP Global Parques, e integra um conjunto de trabalhos que publicámos na altura (e que podem ser encontrados aqui, aqui, aqui e aqui).