A promotora imobiliária chinesa Country Garden Holdings anunciou que poderá falhar o pagamento de dívidas a credores internacionais, em mais um caso de uma gigante do setor a entrar em incumprimento. A emprea encontra-se esmagada por uma dívida ingerível: 10,96 mil milhões de dólares (cerca de 10,39 mil milhões de euros ao câmbio atual) e 42,4 mil milhões de yuan (5,5 mil milhões de euros) em obrigações para clientes internaconais e créditos denominados em moedas estrangeiras, respetivamente.
A Country Garden, avança a Reuters esta terça-feira, 10 de outubro, deveria ter pago na segunda-feira 66,8 milhões de dólares (63,3 milhões de euros) em juros devidos aos credores, de obrigações denominadas em dólares com maturidade em 2024 e 2026. Se não o fez - algo que a Country Garden não esclareceu publicamente - terá 30 dias para o fazer.
Na próxima semana, a Country Garden poderá entrar oficialmente em incumprimento na dívida emitida a credores internacionais se não conseguir devolver 15 milhões de dólares (14,2 milhões de euros) devidos aos credores, segundo a Reuters.
A empresa admitiu, num comunicado à bolsa de Hong Kong, que uma eventual "falta de pagamento pode fazer com que credores relevantes do Grupo exijam que o pagamento de endividamento relevante seja antecipado, ou que recorram à justiça”. A empresa anunciou nessa declaração que falhou o reembolso de obrigações no montante total de 470 milhões de dólares de Hong-Kong (56,89 milhões de euros).
Esta é mais uma empresa do setor imobiliário a reestruturar a dívida, depois de uma crise de confiança na solvência destas entidades ter comprometido a sua capacidade de financiamento.
Segundo a agência, empresas chinesas que representam cerca de 40% das vendas de imobiliário a particulares entraram em incumprimento.
Outra gigante do setor imobiliário chinês, a Evergrande, com problemas financeiros há dois anos, é o principal exemplo do que correu mal às grandes empresas desta área no país, depois de um crescimento acelerado ter sido bruscamente interrompido pela pandemia da covid-19. O seu presidente, Xu Jiayin, encontra-se em prisão domiciliária.