Não é novidade que a Vodafone Espanha está à venda e que há potenciais interessados na empresa, mas esta sexta-feira, ficou a saber-se que a britânica Zegona está em negociações para a compra da filial, presidida desde abril pelo português Mário Vaz, gestor que esteve 10 anos a liderar a Vodafone Portugal.
A notícia das negociações foi avançada pelo jornal espanhol Expansión, e depois confirmada num comunicado, onde a Zegona confirma também que está à procura de financiamento para fazer a aquisição. A empresa sublinha que o negócio não está fechado e pode inclusive nem se realizar.
O Expansión conta que a operação está a ser preparada há várias semanas pela Zegona. A operadora britânica não é uma estreante em Espanha, entrou no mercado espanhol através da basca Telecabo, onde chegou a ter 20%, participação que depois vendeu à MásMóvil.
A Vodafone Portugal não tem estado à venda, e quer o atual presidente, Luís Lopes, quer o anterior, Mário Vaz, negaram sempre a possibilidade de a alienação da filial espanhola poder ser o início de uma saída da Península Ibérica. Aliás, a Vodafone até tem estado compradora, tem uma oferta em cima da mesa para adquirir a concorrente Nowo aos espanhóis da MásMóvil. A operação aguarda ainda luz verde da Autoridade da Concorrência (AdC).
A Bloomberg noticiou em abril que a Vodafone tem mantido conversas com vários potenciais compradores, entre eles a Apollo Global Management, a Apax Partners e a norte-americana Liberty ou a francesa Iliad.
O setor das telecomunicações anima-se na Europa, onde o grupo Altice está também vendedor de ativos. Pressionado por uma dívida de 60 mil milhões de dólares (€56 mil milhões) - fruto do investimento nos EUA, na francesa SFR, na British Telecom (onde tem agora 24,5%) e na antiga Portugal Telecom - , o magnata franco-israelita mandatou bancos de investimento para testar a venda de alguns negócios na Europa.
A Altice, segundo tem sido noticiado pela imprensa internacional, está vendedora de ativos em Portugal - onde detém a Meo e o centro de dados da Covilhã (operação que tem estado em curso nos últimos meses) - e na República Dominicana, operação que já estava à venda antes das buscas judiciais.
A empresa admite também vender uma participação minoritária na SFR, vender a empresa de publicidade digital TEADS, onde entrou em 2017, e alienar os centros de dados em França.