Quando Egas Moniz fundou a primeira fábrica de leite em pó do país, em Avanca, conhecia bem o problema da subnutrição infantil e as deficientes condições de higiene que envolviam a comercialização de leite fresco em Portugal. Conhecia também o trabalho desenvolvido pelo químico Henri Nestlé, na Suíça, desde 1866, para oferecer um substituto do leite materno fácil de preparar e combater a mortalidade infantil.
Foi assim que se juntou ao médico Armando Abreu Freire, ao juiz Artur Valente e ao engenheiro Rodolfo Leipold para dinamizar algumas dezenas de produtores de leite de vaca e abrir, a 10 de março de 1923, no lugar de Pensal, a Sociedade de Produtos Lácteos, atravessada pelo rio Gonde, onde arrefeciam de forma natural as bilhas de leite durante o processo de produção.